Uma vida em 140 caracteres

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amanda post uma vida em 140 caracteres

Todo dia a gente acorda, posta as coisas de sempre nas redes sociais, trabalha, vai pra casa e dorme para, no dia seguinte, fazer tudo de novo. E assim segue na rotina, adiando o sonho de viajar e aquele projeto de criar alguma coisa, porque hoje não deu tempo, mas dá pra fazer no próximo mês ou, quem sabe, até no ano que vem, quando a vida estiver mais tranquila. Mas e se um dia, num exame de rotina, você descobrir que tem uma doença terminal e só mais três meses de vida?

Foi o que aconteceu com Amanda, uma jovem canadense que descobriu um tumor cerebral em estágio avançado. Mesmo com o choque causado pela notícia, levou seu tempo restante da melhor forma possível, tentando manter a normalidade e, consequentemente, seguindo com posts regulares no Twitter até poucos dias antes de falecer, em abril de 2013. Em sua conta, restou o registro de uma vida que, de mundana como a nossa, com posts sobre roupas e assar biscoitos, passou à reflexão de alguém que sabia que estava com os dias contados. Alguém que, dois meses antes de partir, resolveu viver aventuras enquanto ainda tinha tempo… que foi para Cuba e depois viajou pela América Central, aproveitando o máximo possível até ficar doente demais e ser levada ao hospital pela última vez.

Tweet sobre deixar o celular de lado e aproveitar a vida
“Deixei meu iPhone na mesa da cozinha antes de ir pra Cuba + América Central por dois meses. As pessoas foram espetaculares”

Meses depois da morte de Amanda, a consultora digital Shannon McKarney encontrou sua conta do Twitter por acaso e se impressionou com o fato de que ali estava registrado o fim de uma vida, e com como deixamos para trás rastros digitais que duram para  sempre. E aí decidiu criar um vídeo muito tocante com uma série de posts da jovem, que vão desde anos antes da descoberta da doença até o post final, de seu irmão, com o aviso do falecimento.

É impossível assistir e não se identificar com a vida de Amanda. Não olhar as coisas bobas que postamos no Facebook ou Twitter e pensar se não faríamos tudo diferente se soubéssemos que estávamos com o tempo contado. Pensar que não nos preocuparíamos com problemas bobos nem adiaríamos tantos planos.  É impossível ver esse vídeo e não querer viver a vida ao máximo, aproveitar tudo que der porque, como Amanda mesmo escreveu, “a vida é, definitivamente, muito curta”.

Tweet sobre "Amanhã, eu volto para o hospital pela última vez. Muito obrigada a todos pelas vibrações positivas. Sejam bons uns com os outros."
“Amanhã, eu volto para o hospital pela última vez. Muito obrigada a todos pelas vibrações positivas. Sejam bons uns com os outros.”

Que isso sirva de estímulo e pese na sua decisão de comprar uma passagem, botar a mochila nas costas e, finalmente, fazer aquela viagem adiada por tanto tempo. Naquele desejo de adotar um cachorro, de escrever um livro ou de fazer as pazes com aquele amigo querido com quem brigou por algum motivo sem importância. E nos ajude a sempre lembrar da finitude das coisas e de aproveitar ao máximo o tempo precioso que nos é dado por aqui.

Então, com vocês, o vídeo:

 

A trilha sonora que dá vontade de cortar os pulsos com uma faquinha de serra é a linda “Let her go”, da banda Passenger. E para quem quiser ver o blog da Shannon e seu post sobre esse assunto, pode dar uma olhada aqui . Fiquei sabendo dessa história através do BuzzFeed.

"Não perca seu tempo ficando bravo com as pessoas. Perdoe-as. A vida é verdadeiramente muito curta."
“Não perca seu tempo ficando bravo com as pessoas. Perdoe-as. A vida é verdadeiramente muito curta.”

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