Acordar com o sol na Praia dos Buritis Pelados para o último dia da expedição teve um tanto de melancolia por sabermos que a viagem tinha acabado e aquela era a última vez que desmontávamos o acampamento. Mas não havia tempo para lamentos: é no último dia de rafting que surgem as corredeiras mais radicais (níveis 4 e 4+) e, melhor ainda, uma atrás da outra, em uma sequência de arrepiar os cabelinhos da nuca. Então lá fomos nós para aproveitar essa adrenalina e, de quebra, ainda conhecer a Cachoeira da Velha, que definitivamente entrou para a nossa lista de cachoeiras mais impressionantes que já visitamos.

O início da remada e a ida até a Cachoeira da Velha
O último dia de rafting é um pouco diferente dos outros, porque a gente rema só por umas duas horas e depois reencontra o caminhão Mamute para guardar os botes e ir até o alto da Cachoeira da Velha a pé. É uma trilhazinha fácil e tranquila entre as pedras, e a vista lá de cima é espetacular: a cachoeira é larga, imponente e faz um barulhão, parece até – respeitadas as devidas proporções – uma versão miniatura das Cataratas do Iguaçu (Mari vai dizer que eu estou exagerando, mas é verdade! haha).
Depois de muito apreciar e fotografar de cima, a gente anda até um outro ponto para ver de frente e, caramba, que lugar! Parece um cenário mágico de conto de fadas, com a queda d´água grandona, com direito a arco-íris e fumacinha dos respingos e cercado de vegetação, lindo demais. A vontade era ficar um tempão sentada ali só olhando e ouvindo o barulho da água, mas os guias já tinham trazido os botes e era hora de recomeçar a remar.



Primeiro cada grupo entrou em seus botes e foi remando em direção à cachoeira… e aí é claro que a correnteza empurrava a gente para fora, mas foi divertido ficar lá fazendo força e sentindo bem de perto (e sobre as nossas cabeças) a força e o estrondo da queda d´água. Fizemos até um vídeo dessa parte, ó:
Em seguida, ancoramos os botes na outra margem e fomos andando para trás da queda d´água, um lugar impressionante onde os respingos molhavam tudo e mal dava para conversar, tamanho o barulho. Só não vou dizer que foi um “daqueles momentos de tirar o fôlego em que dava para sentir a verdadeira grandeza da natureza” porque isso ia ser muito clichê e neste blog a gente não gosta disso. Mas foi mesmo! Hahaha



As corredeiras sinistras do Jalapão (ai que medo, ai que delícia!)
Passado o momento de apreciação da Cachoeira da Velha, vem a ação. Era hora da sequência de corredeiras tensas e cada guia reuniu seu grupo no bote para dar mil orientações sobre como a gente devia se portar nas descidas. Juro que essas orientações deles são mais assustadoras do que as corredeiras em si, mas imagino que esse seja o objetivo, para manter todo mundo na linha. Acabou que a gente desceu suave… com exceção de um momento em que nosso bote se desviou na última corredeira, a mais braba de todas, em que o guia gritou o comando de todo mundo se encolher no chão e a gente encalhou em umas pedras lá do outro lado de onde devíamos ter ido. Deu um meeeedoooo, e depois ainda tivemos que fazer umas manobras lá para tirar o bote do lugar errado e descer a corredeira de novo. E ainda bem que aconteceu isso, com emoção fica muito mais gostoso! Hahaha

Não dá para explicar muito bem como foram essas descidas, é aquela coisa de ser preciso estar lá para ver e sentir. Então só digo que foi muito, MUITO BOM. Só de lembrar fico querendo muito estar lá de novo! Mas para você ter uma ideia pelo menos, tem uns vídeos aqui que até quebram um galho:
O último almoço no Jalapão e a volta para Palmas
Logo depois dessa última cachoeira mais tensa já avistamos a praia onde o rio se acalma e a gente desce dos botes pela última vez para voltar ao Mamute e ir embora para Palmas. A prainha é linda e muito tranquila. Todo mundo respirou aliviado por ter passado bem pelas últimas corredeiras e os botes não terem virado nem ninguém ter caído acidentalmente na água durante toda a expedição. Sucesso!


De lá dava para ir andando para uma parada na beira do rio onde tinham banheiros normais – aquelas coisas sem graça com paredes, privadas e chuveiros – e todo mundo foi tomar banho lá para se arrumar para voltar. Menos a gente… porque né, já temos chuveiros em casa, mas banho em um rio completamente limpo não é todo dia que a gente pode tomar, infelizmente. E que banho! Só tinha a gente na praia, com aquela extensão enorme do Rio Novo, muito calor e o único som que quebrava o silêncio era o canto dos pássaros. Isso sim é o que eu chamo de fechar com chave de ouro.
Depois do banho, um almolanche rápido e as muitas horas de caminhão de volta para Palmas, onde chegamos pouco depois das 22h. Com a saudade já apertando o coração: que viagem perfeita.

E você, ainda está na dúvida se faz essa viagem?
De vez em quando a gente dá a sorte de fazer uma viagem em que as companhias são excelentes, o tempo fica ótimo e tudo corre exatamente do jeito que deveria ser, só com alegrias e sem nenhum problema. E essa viagem foi exatamente assim. Não mudaria absolutamente nada e sempre vou me lembrar do nosso período do Jalapão como alguns dos dias mais divertidos e legais da minha vida. Então nossa dica para você que está pensando em fazer a Expedição Jalapão Venturas é uma só: faça!
O valor de cerca de R$3.800 pode parecer alto quando a gente começa a pesquisar, mas quando você está lá e vê a qualidade do serviço, o cuidado da equipe com os clientes e as aventuras e lugares incríveis que a gente visita em uma semana de sonho, vê que esse é um investimento com retorno garantido em felicidade e satisfação. Mas seja com a Venturas ou não, a verdade é que visitar o Jalapão é satisfação garantida e a gente recomenda demais, indo com uma das agências ou de carro por conta própria: você vai ter a felicidade de conhecer um dos lugares mais lindos, intocados e mágicos do Brasil.
PS: Apesar de termos ganhado a viagem em uma promoção da Venturas com a Curtlo, em momento algum nenhuma das empresas pediu para a gente postar nada sobre isso aqui no blog (aliás, eles nem sabiam que a gente tinha o blog). Tudo que postamos sobre a viagem foi porque realmente ficamos encantadas com a experiência, e queremos recomendar para todos os nossos amigos e leitores que queiram viver momentos tão bons como os que vivemos por lá. A gente não ganha nada com propaganda bem que eu precisava, é tudo na base da sinceridade mesmo. 😉
Confira nossos outros posts sobre o Jalapão:
Jalapão – Uma visão geral sobre a expedição
1° dia da Expedição Jalapão: muito chão e o pôr-do-sol na Serra do Gorgulho
2° dia da Expedição Jalapão Venturas: Cachoeira do Formiga e povoado do Mumbuca
3° dia da Expedição Jalapão: Fervedouro do Ceiça e pôr-do-sol nas dunas
4° dia da Expedição Jalapão Venturas: O início do rafting pelo Rio Novo
5° dia da Expedição Jalapão Venturas: Rafting com corredeiras nervosas, uhul!
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Gostaria de sanar uma dúvida.
Existiam tomadas para recarregar as baterias e ipads?
Oi, Cátia!
Enquanto estamos com o caminhão Mamute sim. Lá tem tomada e o pessoal recarrega as baterias nele. Nos dia de rafting é que não existe. A dica é você levar aqueles power banks, pra não correr o risco de ficar sem bateria, ou então bateria reserva. Beijos!
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