Uma das coisas que mais me preocupam quando vou viajar para algum lugar mais isolado ou diferente da minha realidade é levar todos os remédios para viagem necessários para o caso de alguém ter um piripaque. E agora, às vésperas de começar outra viagem para a Asia, essa preocupação voltou e é preciso estar muito bem preparada para qualquer imprevisto.
Pensando nisso e no fato de que muita gente também se preocupa com como montar uma farmacinha de viagem das boas, resolvi contar aqui o que faço para montar a minha, que nunca me deixou na mão em nenhuma das vezes em que eu precisei.
Olha só as dicas para não ter erro:
Coloce primeiro na bolsa todos os remédios de uso constante
Eu tomo diariamente um remédio manipulado para evitar enxaqueca, então esse é o primeiro que eu me preocupo em colocar na lista em quantidade suficiente para toda viagem, porque sei que não vou poder comprar lá. Esses remédios que a gente usa sempre – sejam eles manipulados, ansiolíticos, pílulas anticoncepcionais, etc – devem ser os primeiros remédios para viagem a entrar na bolsa, porque são insubstituíves e vão bagunçar a sua vida se você ficar sem.
Consulte o médico para comprar o que precisa de receita
Quando comentei que ia fazer um trekking longo em grande altitude, meu médico, depois de rir e perguntar por que eu iria me enfiar nisso, me receitou um antibiótico e um anti-inflamatório para levar em caso de a gente se cortar ou ter algum problema mais complicado. Além disso, peguei com ele também uma receita para comprar a dupla Imozec e Floratil, que como já comentei aqui, é tiro e queda para combater a diarreia do viajante. Alguns remédios para viagem, como esses dois, são imprescindíveis, mas só podem ser comprados com receita, então uma visita ao médico antes da viagem é fundamental para a farmacinha não ficar desfalcada.
Resolvidas essas duas questões mais sérias, é hora de cuidar do basicão da farmacinha:
Cuidados com a pele e higiene pessoal no geral
Não são propriamente remédios de viagem, mas nessa lista entram o filtro solar para o rosto e corpo; o hidratante (que não é frescura em lugares muito secos, como o Deserto do Atacama ou Las Vegas, por exemplo, onde a pele descama toda); o protetor labial, fundamental tanto para o frio quanto para a praia; Hipoglós, para eventuais assaduras; e lenços umedecidos para dar aquela limpada básica quando não der para tomar banho, como em acampamentos no Alasca, alojamentos no deserto de Uyuni, na Bolívia, ou mesmo grandes trekkings em que se pode chegar a ficar uns cinco dias sem banho (ecoout! haha).
A farmacinha para as zicas gerais que acontecem de vez em quando
E aí entra tanta coisa que vamos dividir em subgrupos, pelo tipo de remédio e o que eu costumo levar de cada. Lembrando que você, que se conhece, deve levar uma quantidade maior para os problemas que costuma ter com mais frequência:
Remédios de viagem para gripe, febre e dor de garganta
Remédio de gripe para levantar defunto – Porque ficar derrubado de gripe estraga qualquer viagem. Eu levo sempre Naldecon, porque tem o Naldecon Dia para dar aquele levante, e o Naldecon Noite, pra ajudar a dormir e acordar bem no dia seguinte. Gosto bastante.
Remédio para febre – Novalgina em comprimidos
Um spray e pastilhas para passar a dor de garganta – Eu gosto do spray Hexomedine e das pastilhas Strepsils
Flocos de gengibre – Tiro e queda! À venda em potinhos em lojas de produtos naturais. Você dá uma mastigadinha em alguns e a dor de garganta alivia na hora.
Descongestionante nasal – Para os casos de entupimento avassalador eu gosto do Neosoro, mas tem que tomar cuidado para não usar demais, porque esse troço vicia mesmo (sou uma neosorólatra em recuperação, aliás).
Anti-inflamatório – Para as dores de garganta das brabas, mas aí entra na categoria de remédio que precisa de receita.
Remédios para dor de barriga, diarreia, gases e prisão de ventre
Remédio para diarreia – Como tanto já falei, acho que o Imozec e o Floratil são os itens mais importantes da farmacinha, principalmente para quem vai viajar pela América do Sul, África e Ásia.
Remédio para cólicas (de dor de barriga ou menstruais) – Gosto do Atroveran porque serve tanto para cólica menstrual quanto para aquelas cólicas de dor de barriga que deixam a gente desesperada e suando frio, sabe?
Remédio para gases – Luftal ou algum genérico dele, de Dimeticona. Eu prefiro em comprimidos (detesto qualquer remédio de gotinha! rs)
Remédio para prisão de ventre – Comida estranha e banheiro desconfortável, pelo menos no meu caso, são prisão de ventre na certa. Por isso gosto de levar sempre Tamarine, um laxantezinho suave e de ação previsível. Para os casos graves, um supositório pode salvar vidas.
Remédio para enjoo – Plasil e Dramin, que de quebra ainda ajuda a dormir em viagens longas e desconfortáveis.
Remédios de viagem para dor de cabeça, ressaca e má digestão
Remédio para dor de cabeça – Tylenol e Neosaldina são de lei. Para os casos graves de crises de enxaqueca (o encosto da minha vida), levo Tylenol DC, uma versão mais forte.
Remédio para ressaca – Engov, Engov e mais Engov, principalmente se você vai para as festas na Tailândia ou qualquer outro lugar onde beber esteja nos planos. Tomar um antes e outro depois de beber realmente faz você acordar novo em folha no dia seguinte.
Remédio para má-digestão – Como muito bem aprendi com meus pais, o Sonrisal realmente resolve qualquer problema relacionado a comidas esquisitas, sensações de estufamento, azia, queimação e afins. E ainda ajuda em casos de dores de cabeça, ressaca e quando você se sente mal, mas não sabe exatamente o porquê. Sempre levo um monte na bolsa.
Remédios de viagem para cortes, machucados e picadas
Band-aid – Indispensáveis principalmente se você pretende andar muito, quando é comum ficar com o pé machucado.
Algum anti-séptico – Merthiolate, Mercúrio ou Povidine
Gaze e esparadrapo
Alguma pomada para picada de insetos – Não sei qual porque eu nunca levo, mas se você sofre com picadas de mosquito, é bom levar alguma.
Dores musculares
Um relaxante muscular, de preferência Dorflex e, se quiser, uma pomada para quando der aquele mau jeito em alguma parte do corpo. Para os mais propensos ao problema, também é legal levar um daqueles adesivos para colar no local da dor.
Antialérgico
Eu sempre levo o Alexa, porque no meu caso o que me ataca é a rinite. Mas mesmo que você não costume ter alergia, levar um antialérgico é fundamental para outros casos como alergia a alimentos e picadas de insetos, que podem ter consequências verdadeiramente sinistras.
Levando tudo isso, a sua farmacinha já fica preparada para o que der e vier. Pode guardar tudo e fechar a sua bolsinha para levar, e nesse caso eu recomendo o seguinte:
Tire os remédios para viagem das caixas
As caixas ocupam muito espaço na bolsa, então o melhor é jogá-las fora e escrever nas cartelas dos remédios, com caneta para CD, a validade e para que servem. Além disso, eu também mantenho a bula junto, presa à cartela de comprimidos com um elástico… nunca se sabe quando você pode precisar de mais informações, né.

Divida o conteúdo em duas bolsas
Uma com os remédios para viagem que você não espera usar, então leva lá no fundo da mala e no lugar mais difícil de pegar; e outra para ir na sua bolsa de mão no avião, com os que você usa mais, como os de uso constante (e que você não pode perder de jeito nenhum), remédios para dor de cabeça, colírio, etc. Eu levo esses na minha nécessaire, junto com escova e pasta de dente, óculos e meu filtro solar para o rosto, que quando a gente vai chegando nos 30 já é item básico de sobrevivência. haha Só lembrando que o que for na sua mala de mão não pode ter mais de 100ml, para não ser barrado na hora de embarcar.
Farmacinha montada e você já está quaaaase pronto para cair no mundo. Mas antes disso, tem só mais dois conselhos da tia, olha só:
1) Sua farmacinha não faz milagres
Não importa o quanto a sua farmacinha de viagem esteja completa, nunca, em hipótese alguma, viaje para o exterior sem fazer um seguro saúde antes. É o tipo de dinheiro que, se tudo correr bem, a gente gasta à toa, mas se você precisar e não tiver, pode (literalmente) acabar com a sua vida. Então invista nisso porque vale a pena e nem custa muito caro. E se a viagem for pelo Brasil mesmo, lembre-se de levar o seu cartão do plano de saúde, claro.
(Neste posts nós testamos o seguro saúde Affinity, em Hong Kong, e contamos como foi a experiência, se você quiser conferir)
2) Não invente de tomar remédio novo agora
Não leve nem invente de tomar durante a viagem nenhum remédio novo que você nunca tenha experimentado, porque você não sabe que efeitos ele pode causar, como alergias, por exemplo. E nós dois concordamos que um país estranho não é um bom lugar para descobrir, não é mesmo?
Ufa, agora sim! Seguindo todas essas dicas, é só enfiar a farmacinha na mala e cair na estrada. E embora tenha tudo, o que eu desejo de coração é que você não precise usar nenhum desses remédios e leve a farmacinha à toa. 😉 Boa viagem!
Confira outros posts sobre saúde em viagens:
Como evitar a rinite alérgica em viagens
Cuidados de saúde indispensáveis para mulheres viajantes
Atendimento médico em Hong Kong: testando o seguro saúde Affinity
Ooie, vou viajar ano que vem pra Europa e de remédio NECESSÁRIO mesmo assim q eu acho q eu precisaria é o meu anticoncepcional e TALVEZ uma cartela pqna de neosaldina. Mas assim, nós vamos só com uma mala de mão. Precisa de receita pro anticoncepcional e pra neosaldina? E no caso de remedio pra alergia, eu tenho um de espirrar no nariz e esse alexa que você comenta tbm precisam de receita?
Obrigada 😀
Oi, Jéssica! Até onde eu sei, não precisa levar as receitas não, nunca levo quando eu viajo, a não ser que seja preciso comprar algum remédio lá, o que não é o caso. Mas para comprar o Alexa aqui no Brasil você vai precisar de receita sim.
Beijo e uma ótima viagem pra você! 😉
[…] que vou levar é da minha irmã e foi comprado pela Amazon. Na mochila também não pode faltar a farmacinha de viagens, indispensável em qualquer viagem […]
Oi,
Para viajar com o NEOSORO em viagem internacional, você leva a receita? Nessa sua viagem à Asia, você levou Neosoro?
Vou para a Europa mês que vem e estou preocupado em não me deixarem levar.
Oi! Eu sempre viajei levando um Neosoro na bagagem e nunca tive problema nenhum por causa disso. Agora felizmente me livrei desse vício e não uso mais, mas acredito que não dá nada não! 😉
[…] sua farmacinha: Além do que já recomendamos no post sobre como montar uma farmacinha de viagem, se você é alérgico deve levar também remédios anti-histamínicos (tenho usado o Claritin e […]
Olá tudo bem!
Adoro seus posts…são muito explicativos. Parabéns!
Vou para o Canadá mês que vem, e estou preocupada com essa parte de remédios. Eu preciso pedir para um médico fazer a receita com todos os remédios que eu preciso levar, ou simplesmente eu posso levá-los apenas com a bula fixada?
Essa quantidade que você falou de mala de mão (100 ml) 3 muito pouco para levar os remédios necessário né?! Estou com medo de extravio de bagagem.
Obrigada.
Oi, Barbara!
Esse lance dos remédios com receita é mais para os que são controlados, como, por exemplo, pílulas anticoncepcionais ou remédios psiquiátricos, que você estiver levando em grande quantidade. Aí você pode mostrar na imigração caso te peçam para mostrar a mala. Já para os remédios que não são controlados e você pode comprar em qualquer farmácia, tipo Aspirina ou remédio de nariz, acho que não precisa se preocupar em trazer tantos não, você pode comprar facilmente por aqui.
Para a bolsa que você vai levar no avião, realmente não pode ter embalagens de líquidos com mais de 100ml não. Mas não precisa se preocupar com extravio de bagagem não, mesmo quando isso acontece, as cias aéreas costumam achar e entregar a mala rápido. A minha se extraviou e a Air Canada devolveu na mesma noite. Se você precisar mesmo levar algum remédio líquido com você no avião, existem lojas que vendem embalagens de viagem pra você levar os 100ml com você, e o resto você leva na mala despachada mesmo.
Boa viagem e aproveite muito o Canadá!
Bjs!
Olá gostei do artigo, aguardo mais dicas preciosas como esta. Convido você a visualizar meu site.
Olá, muito bom artigo =))
Teve problemas, no aeroporto na Tailândia, ao entrar com remédios na mala de mão ?
Obrigado
Oi Tiago!
Fomos para a Tailândia 4 vezes no total e nunca tivemos problemas com os remédios não.
Bjs
Thaís!
1º QUE blog! Parabéns! Tudo muito bem redigido e explicadinho. Tim tim por tim tim. Demais! Que maravilha ter alguém que produza algo assim como você fez e faz com o blog.
2º Teve algum problema para entrar com tantos remédios assim na Tailândia?
3º Qual é a composição do seu manipulado para evitar enxaqueca? Poderia informar, por favor? Quero mostrar para meu neurologista, pois estamos tentando um remédio novo e não deu certo. Talvez o seu dê.
Obrigada!
Um beijo!
Olá Luciana, a Thais te respondeu sobre os componentes. Tbm estou com a mesma questão. Se puder compartilhar. fazenda.p2@gmail.com
Oi Priscila, quanto À questão de entrar com vários remédios, posso responder que levei todos indicados aqui no blog para mina viagem à Tailândia e não houve problemas.
Quanto à questão do manipulado para enxaqueca, não obtive retorno da Thaís.
Oi, Luciana e Priscila!
Desculpa não responder antes, tanta coisa aconteceu por aqui nos últimos meses e anos que acabei dando uma vacilada nas respostas dos comentários aqui no blog.
Então, sobre o remédio manipulado para enxaqueca: eu me mudei do Brasil há mais de 3 anos e, desde então, não tomei mais esse remédio, e infelizmente não tenho mais a composição dele. O neurologista que me atendia no Rio era o Dr Abouch Krymchantowski, um dos principais especialistas em dor de cabeça do Brasil, e foi ele que me passou esse remédio (lembro que ele tinha uma abordagem de tratamento bem diferente dos outros médicos) e eu gostava bastante. Não sei em que lugar do Brasil vocês estão, mas se tiverem a oportunidade de marcar uma consulta com ele, acho que vale a pena.
Beijos e desculpem por não poder ajudar mais!