Dia desses fui ao cinema assistir Não pare na pista – A melhor história de Paulo Coelho, a cinebiografia que eu estava doida para ver desde que vi o trailer pela primeira vez. Tenho muito interesse por tudo que o Paulo Coelho faz, e sabia que precisava assistir ao filme sobre ele para ver se aprendia alguma coisa de útil para a minha vida com o escritor mais genial que o Brasil já teve.
Ok, você riu com essa minha última frase, né? O escritor mais genial, Paulo Coelho? hahaha
É sério, o Paulo Coelho é o meu ídolo da zueira. Acho os livros dele um terror: literatura previsível, clichê atrás de clichê e uma escrita repetitiva e ruim de ler, cheia de lugares-comuns sobre a vida, o universo e toda aquela baboseira pseudo-mística que só quem já leu sabe. As crônicas que ele escrevia para um jornal também eram uó (eu lia todas) e as entrevistas dele sempre me mataram de rir, como uma em que ele disse ser capaz de fazer chover, mas não conseguiria naquela hora porque o universo não queria que ele fizesse isso. haha É justamente por toda essa fanfarronice – e também pelas músicas geniais que ele compôs com o Raul Seixas, essas sim verdadeiramente lindas – que eu sou fã de carteirinha dele e de tudo que atingiu, como o fato de ser apenas o escritor mais lido de todos os tempos.
Independente da qualidade do material, o fato óbvio é que ele é um sucesso porque escreve exatamente o que as pessoas querem ler. Não é esse o sonho de todo escritor? Mas indo além, ele é o exemplo maior do que eu sempre falo para os meus amigos e para mim mesma: a autocrítica não leva ninguém a lugar nenhum. Sabe quando você escreve/faz/pensa/tem uma ideia e logo depois descarta achando que é ridícula e que as pessoas vão rir da sua cara? Então, essa é a diferença entre o fracasso e o sucesso. Se eu tivesse escrito O Diário de um Mago, por exemplo, ia achar “putz, tá ruim isso aqui, preciso melhorar muito antes de querer lançar”. Mas ele foi lá, escreveu, lançou e virou um sucesso estrondoso no mundo inteiro. E é muito digno de admiração por isso, por essa coragem, essa cara-de-pau e esse pensamento de que ele é foda e pronto, vai lá e faz. Acho que todo mundo podia ser um pouco mais Paulo Coelho, por assim dizer, para ser mais feliz, não só nas viagens como na vida de uma forma geral.
O filme – vale a pena ver?
Então, depois de toda a minha explicação sobre o que eu acho do meu ídolo Dom Paulete, aí sim posso falar do filme. Que é tão bom quanto os livros dele: quase duas horas de uma produção tão arrastada que parecem cinco horas, cheio de momentos de egotrip “sou foda” que são uma mistura de tédio com vontade de rir. Quase não mostra ele com o meu querido Raul Seixas nem a trajetória no Caminho de Santiago de Compostela como achei que mostraria e era o que eu mais queria ver; tem muuuita lenga-lenga e os dois atores que representam o Paulo não são nada carismáticos (para falar o mínimo – tenho uma profunda implicância com o tal do Júlio Andrade! haha).
Mas é legal para ver como ele foi contra tudo e todos para seguir com o desejo de ser escritor e fazer o que amava. Uma inspiração e tanto para quem tem vontade de fazer alguma coisa, mas não faz por medo e por todo mundo dar conselho contra. Porque se tem uma coisa que o Paulo Coelho fala e eu acredito que é verdade absoluta é que quando você quer mesmo, muito, alguma coisa, todo o universo conspira a seu favor. É só acreditar, chegar lá e fazer, como ele fez e é um exemplo para todos… enquanto muita gente boa, provavelmente muito melhor do que ele, fica só na ideia.
Não pare na pista – A melhor história de Paulo Coelho
Sinopse do filme:
Cinebiografia de Paulo Coelho, o filme se concentra em três momentos distintos da carreira do escritor: a juventude, nos anos 1960 (período em que é vivido pelo ator Ravel Andrade); a idade adulta, nos anos 1980 (Júlio Andrade); e a maturidade, em 2013, quando refaz o Caminho de Santiago (Júlio Andrade, maquiado). Usando como base depoimentos do próprio Paulo Coelho, a história perpassa os momentos mais marcantes da vida do autor, como os traumas, a relação com as drogas e a religião, sexualidade e a parceria com o músico Raul Seixas.
É uma produção brasileira e espanhola, lançada em agosto com direção de Daniel Augusto e os atores Júlio Andrade, Ravel Andrade, Lucci Ferreira e outros. Para quem quiser ver o trailer, aí está:
Belas frases, nos inspiram bons sentimentos.