Roteiro pela Chapada Diamantina: Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio

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Viajadora: Chapada Diamantina: Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Pai Inácio

Com cerca de 12 mil habitantes, a cidade baiana de Lençóis é a maior da Chapada Diamantina, dona de um rico passado como principal polo de extração de diamantes durante a época do garimpo, que agitou a região no século XIX. É lá também que estão as melhores lojas, restaurantes e pousadas da Chapada, como a Estalagem do Alcino, que detém o título de “o melhor café da manhã do Brasil”, o que faz da cidade um lugar muito interessante para explorar e observar o comportamento das pessoas em uma realidade tão diferente da dos grandes centros urbanos brasileiros.

Viajadora: vista de Lençóis na Chapada Diamantina
A pequena Lençóis, vista de longe

Mas como tínhamos pouco tempo, passamos rápido por esses detalhes e decidimos começar nosso roteiro por Lençóis pelo fato de ser lá o principal ponto de partida para boa parte das atrações naturais da Chapada Diamantina. E deu certo: com trajetos de carro relativamente curtos entre um e outro, conseguimos visitar em um dia os três principais pontos turísticos ali em volta – Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio – com calma e tempo para aproveitar bem e, ainda, pernoitar no Vale do Capão, de onde pegamos a trilha para a Cachoeira da Fumaça no dia seguinte.

Gruta da Pratinha

Em uma hora de carro desde Lençóis, chegamos à Fazenda Pratinha, propriedade particular onde ficam a Gruta da Pratinha e a Gruta Azul, próxima ao município de Iraquara. Por R$ 20 por pessoa para entrar, tivemos acesso a uma área com boa infraestrutura: banheiros limpos, restaurantes, lanchonete e guias para orientar sobre conservação e detalhes geográficos de ambas as atrações, assim como oferecer a descida de tirolesa no Lago da Pratinha (R$ 10), aluguel de caiaques (R10/hora) e a flutuação para observar o interior da Gruta da Pratinha (R20/meia hora), já que não é permitido pisar lá para não alterar as condições do solo. Optamos por não gastar com nenhum desses adicionais, por isso conhecemos tudo a pé mesmo.

A Gruta da Pratinha e sua água verde claríssima são lindas, principalmente na entrada, com a vegetação descendo pelas rochas como uma cortina. Certamente vale a visita, mas gostamos de não pagar pela flutuação, já que a área reservada para isso parece ser pequena – um gasto extra que pode ficar de fora para quem está com o orçamento apertado. Em compensação, se instalar às margens do Lago da Pratinha e se sentir em uma praia do Caribe já está incluído no valor da entrada e é bom demais, uma das coisas que mais gostei para relaxar no calor da Chapada Diamantina. A água calminha tem temperatura de praia do nordeste e é muito limpa e transparente, uma delícia! 

Viajadoras na Gruta da Pratinha Chapada Diamantina
Viajadoras na Gruta da Pratinha
Gruta da Pratinha e cortina de plantas na Chapada Diamantina
Gruta da Pratinha e sua cortina de plantas
Viajadora: Tirolesa Gruta da Pratinha na Chapada Diamantina
Descida da tirolesa, direto no Pratinha… mas quase podia ser uma praia no Caribe
Viajadora: Relaxando no Lago da Pratinha na Chapada Diamantina
Relaxando no Lago da Pratinha

Gruta Azul

Localizada na mesma propriedade da Gruta da Pratinha, a Gruta Azul não tem muita graça, mas vale a visita porque, afinal, você já vai estar lá mesmo e para chegar basta andar um pouco e descer alguns degraus. A melhor época pra visitar é em junho e julho, quando os raios de sol incidem completamente dentro da gruta, iluminando toda a água. Em fevereiro, quando fomos, os raios só entram até a metade da gruta, mas mesmo assim fica bem bonito. Ah, e esses raios são pontuais e têm hora certa para entrar: às 14h15, por isso almoçamos rápido no restaurante a peso da fazenda e corremos para chegar lá a tempo. E para quem estiver pensando em dar uma nadada por lá, pode desistir: o mergulho não é permitido para não mexer com o solo e, assim, deixar a água turva.

Viajadora: Escadinha que leva à Gruta Azul na Chapada Diamantina
A escadinha que leva à Gruta Azul
Amigos na Gruta Azul na Chapada Diamantina
😛
Viajadora: Gruta Azul da Chapada Diamantina
Dá até pra ver a luz entrando, mas aí é o máximo que ela chega em Fevereiro

Morro do Pai Inácio

É do alto dos 1.120m de altitude do Morro do Pai Inácio que se tem aquela vista icônica da Chapada Diamantina, com o Vale do Cercado, o morro dos Três Irmãos e vários outros cartões postais da região. Por isso, ver o sol se pôr de lá de cima é algo que, definitivamente, não pode ficar de fora de qualquer roteiro por lá. O melhor é que a trilha é leve e fácil: você estaciona o carro já lá em cima e caminha só cerca de meia hora até o topo. Nem precisa de guia, embora seja legal ir com um para ele contar a historinha da lenda do Pai Inácio (ou você procura no Google mesmo e economiza! haha). Vale demais a pena, a vista é alucinante com a iluminação do entardecer. O morro fica a 26km de distância de Lençóis, e a estrada é sinalizada com orientações para a trilha, mas é preciso ficar atento para não perder as placas.

Ah, e tem limite de horário para chegar lá: depois das 17h o pessoal da administração fecha a trilha e ninguém mais sobe.Para quem vai da Fazenda Pratinha direto pro Morro do Pai Inácio, como fizemos, fica a dica de pegar o atalho de estrada de terra que passa por dentro de um cafezal. Esse atalho nos poupou pelo menos 30 minutos de carro, e os guias lá da Pratinha indicam onde é com a maior boa vontade.

Viajadora: estrada de terra para o Morro do Pai Inácio na Chapada Diamantina
A estrada de terra no atalho até o Pai Inácio
Viajadora: amigos na trilha do Morro do Pai Inácio
Parando no meio da subida pra tirar foto 🙂
Viajadora: vista da Chapada Diamantina do Morro do Pai Inácio
Agora sim, lá no alto!
Viajadora:  vista clássica da Chapada Diamantina
A vista mais clássica da Chapada Diamantina
Viajadora:  Descansando na beira do precipício
Descansando na beira do precipício

Pernoite no Vale do Capão

Visitamos todos esses lugares, rodamos à beça de carro e, ainda assim, conseguimos chegar por volta das 19h no Vale do Capão, uma vila de poucas ruas que também é ponto de saída de diversas trilhas pela Chapada Diamantina. Reduto de hippies, mochileiros perdidos e demais bichos grilos, a vila é muito bonitinha e agradável, com barraquinhas e poucos carros. E muito vegetariana também: carnívoros que somos, rodamos tudo lá e não conseguimos achar um só estabelecimento que vendesse algum tipo de carne. Em compensação, as opções de comida veggie por lá são bem gostosas, principalmente as pizzas e massas. Nos hospedamos na Pousada Tatu Feliz por causa de sua localização central para sairmos bem cedo para a trilha da cachoeira da Fumaça no dia seguinte.

Viajadora: Vale do Capão à noite (Chapada Diamantina)
A noite é animada no Vale do Capão

Média de despesas no dia

Como isso é algo que muitos leitores vêm pedindo, vamos passar a registrar aqui as despesas dessa e das próximas viagens, para dar uma ideia de quanto se gasta para viajar em cada lugar. Então, nesse primeiro dia do roteiro pela Chapada Diamantina os gastos foram os seguintes por pessoa (fevereiro/2014):

  • Entrada na Fazenda da Pratinha (Gruta da Pratinha e Gruta Azul) – R$ 20,00
  • Almoço (prato caprichado no restaurante a peso da Fazenda Pratinha, sem bebida) – R$ 9,50
  • Entrada para o Morro do pai Inácio –  R$ 5,00
  • Jantar (prato de massa + jarra de suco em um dos restaurantes naturebas do Vale do Capão) – R$ 27

obs: Rodamos a Chapada Diamantina com o carro 1.6 que alugamos lá e, durante os 7 dias que dirigimos (foram 6 diárias de aluguel), o valor total gasto em combustível foi R$ 440, ou seja, R$ 110,00 por pessoa. O aluguel do carro, por todo o período, ficou em R$ 665,00, ou R$ 166,25 por pessoa.


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Comentários

13 COMENTÁRIOS

  1. Visitei a Chapada Diamantina no inicio de Julho, fui com um grupo de pessoas bem numeroso, foi muito divertido ficamos hospedados em uma pousada próximo ao centro de lençóis, pousada de excelente atendimento um completo e delicioso café da manhã . Fizemos muitas trilhas, lugares de beleza rara, como Grutas o lago Azul e o Morro do Pai Inácio. Não esquecendo de que a presença de um guia é imprescíndivel. Pretendo voltar. Boa Sorte!

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