O título é esse mesmo, você não leu errado. Nós fomos para Fernando de Noronha quando o Miguel tinha acabado de completar 10 meses e, depois da nossa experiência, recomendo escolher outro destino para ir com seu bebê. Sei que pela internet existem muitos posts dizendo o contrário e fotos maravilhosas que só aumentam a vontade de mostrar o paraíso para o pequenino, mas a não ser que você tenha dinheiro sobrando ou que já conheça a ilha, existem outros destinos de praia lindos que vocês podem curtir bem melhor juntos.
Neste post conto um pouco da nossa experiência em Fernando de Noronha com o Miguel e explico as quatro razões pelas quais acho que você não deve ir para lá com um bebê:
1. Preço
Fernando de Noronha é disparado um dos destinos mais caros do Brasil. O fato de ser uma ilha bem afastada do continente explica um pouco isso, e o Instagram das celebridades a crescente divulgação como destino turístico só piora as coisas neste sentido. A passagem é cara, a hospedagem é cara, os passeios são caros e a comida também. Isso sem falar da taxa de preservação ambiental diária e da entrada para o Parque Nacional. Até existem formas de economizar por lá – assunto pra outro post! – mas de maneira geral, você vai gastar facilmente de 10 a 15 mil reais em uma semana por lá.
O preço é alto e vale cada centavo, não me entenda mal. Noronha é mesmo um paraíso, mas se você quer realmente aproveitar a ilha, conhecer tudo e fazer valer o preço da viagem, um bebê vai te limitar muito. Vale mais investir este dinheiro quando você puder realmente aproveitar 100% do que a ilha tem a oferecer.

2. O que fazer em Fernando de Noronha
Fomos a Noronha pela primeira vez antes de o Miguel nascer e a viagem foi bem diferente em termos de passeios e lugares que conseguimos ver. Sozinhos conhecemos muito mais praias, fizemos mais trilhas, juntamos uma programação na outra e aproveitamos o tempo (e dinheiro gasto) por lá ao máximo, e pudemos dizer que realmente conhecemos a ilha.
Uma viagem com bebê tem muitas limitações e outro ritmo, o que fez com que, da nossa segunda vez por lá, visitássemos e fizéssemos bem menos passeios na mesma quantidade de dias. Nós precisávamos aproveitar as melhores horas do sol, procurar sombra toda hora, alugar barraca, ficar menos tempo na água, parar para comer mais vezes e vez ou outra voltar para a pousada para uma soneca de mais qualidade.

3. A distância e imprevistos
O fato de Fernando de Noronha ser uma ilha acessível apenas de avião, e com poucos voos que chegam e que saem, pode se tornar um problema. Acho bem difícil de acontecer alguma coisa, é verdade, tanto que resolvi ignorar todos os conselhos que ouvi sobre “como você vai fazer se tiver alguma emergência?”, “lá é uma ilha distante de tudo”, “e se acontece alguma coisa, faz como?”, “não é melhor ir pra um lugar com mais civilização?”, e ir pra lá mesmo assim.
Nada de sério aconteceu, mas o Miguel teve febre durante um dia inteiro por lá – o que é super normal nesta idade, já que o bebê ainda está formando e fortalecendo o seu sistema imunológico. De qualquer jeito, foi meio chato ficar na pousada e perder um dia de viagem para que ele se recuperasse. Acho que imprevistos podem acontecer em qualquer viagem, mas as chances de uma virose pegar uma criança maiorzinha costumam ser menores do que com um bebê.
4. Limitações nas trilhas e passeios
Fernando de Noronha tem várias trilhas e, com exceção da trilha do Atalaia, em nenhuma delas é indicado ir com bebês, conforme orientação dos guias. A versão curta da trilha é uma caminhada leve até a piscininha natural do Atalaia (que de qualquer maneira o bebê não pode entrar), uma parada para flutuação com colete salva vidas e a caminhada de volta. Nós faríamos esta trilha se o Miguel não tivesse ficado doente bem no dia, mas de qualquer jeito existem outras trilhas super legais por lá que você não vai poder fazer com o bebê. Não é problema para quem não gosta de trilhas, mas é um grande inconveniente para quem quer aproveitar as trilhas que a ilha tem a oferecer.
E a parte boa de viajar para Fernando de Noronha com bebê?
A parte boa é sim maravilhosa, e pretendo contar em detalhes num próximo post. Mas posso resumir agora que é curtir o paraíso com a pessoinha que vocês mais ama e poder guardar memórias maravilhosas dele brincando na areia, mergulhando com os peixes e aprendendo a explorar o mundo.
Vou reforçar a minha recomendação aqui: se você já conhece Noronha, vá com o seu bebê na idade que ele tiver. Volte nas suas praias preferidas, visite os cantos que trouxeram memórias boas e faça coisas que não conseguiu fazer antes. E o bom de ir pela segunda vez é se dar o luxo de não precisar ir aonde você acha que não precisa voltar. E isso tudo combina perfeitamente com uma viagem com bebê, que é mais lenta mesmo.
Mas se você nunca foi, acha que talvez só vá conseguir ir para lá uma vez e quer conhecer ao máximo a ilha, o meu conselho é ir com a criança um pouco maior, ou até mesmo deixá-la em casa com os avós e viajar só em casal mesmo.


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Olá! Estou pesquisando exatamente sobre limitações de Noronha qnt a idade das crianças e achei seu post. Vc diz que bebês não podem ir nas trilhas. É proibido? Lembra qual a idade mínima para que crianças possam ir?
Olá,
Eu já conheço Noronha e estava pensando em voltar final do ano com um bebê . Mas sua avaliação realmente me ajudou muito nessa decisão.
Realmente é tudo muito caro (embora seja um paraíso) e os serviços ainda são bem limitados se compararmos outros destinos que oferecem ajuda com bebês por exemplo.
Em Noronha as ruas são mesmo esburacadas, tem várias ladeiras e trilhas pra acessar as praias e carregar um bebê a todo tempo de fato não me pareceu tão proveitoso no momento.
O seu relato de permanecer no quarto com a febre do bebê foi o fator mais decisivo pra mim. Nenhuma família está imune disso e uma diária em Noronha tem literalmente peso de ouro.
Então fica aqui o agradecimento de uma mãe. Você me ajudou a pensar melhor. ?
Abraços!
Oi, Vanessa!
Que bom que consegui te ajudar nesta decisão, fico feliz! 🙂 Eu amo Noronha e estava doida para voltar com o Miguel, mas realmente vejo que hoje, maiorizinho, ele iria aproveitar bem mais – e nós também.
Beijos! :*