Formado por 21 ilhas e pertencente ao estado de Pernambuco, o arquipélago de Fernando de Noronha chega a ser escandaloso de tão bonito. A vegetação abundante e as águas azuis cristalinas formam cenários cinematográficos e são o habitat de várias espécies de tartarugas, tubarões, cardumes de peixes coloridos e golfinhos rotadores. Correndo o risco de soar bem clichê, é mesmo o paraíso na terra… e o melhor de tudo, aqui pertinho da gente.
Mas Fernando de Noronha não é um destino barato e, por isso, é preciso otimizar o tempo de permanência por lá, já que cada dia de viagem custa caro e a gente já vai sabendo disso. O lado bom é que também vamos com a certeza de que cada centavo vai valer a pena, porque Noronha realmente é tudo isso que a gente lê e ouve por aí.
Para ajudar na sua viagem, separei dez dicas de atrações imperdíveis de Noronha, que me ajudaram a aproveitar ao máximo o tempo que passei por lá (e me deixam morrendo de vontade de voltar enquanto escrevo):
1) Faça o Ilha Tour no seu primeiro dia em Fernando de Noronha
Tem gente que vai ser contra, mas muita gente provavelmente vai dar esta dica e eu assino embaixo. O Ilha Tour é um passeio oferecido por todas as operadoras da Ilha e que, como o nome diz, consiste em um tour de um dia inteiro por Noronha. O passeio começa por volta das 8h da manhã e termina com o pôr do sol – maravilhoso – no mirante do Boldró. A pickup (ou buggy) pega os passageiros em suas pousadas e vai fazendo paradas rápidas, mas estratégicas, em muitos dos points mais famosos da ilha. São paradas rápidas, mas dá tempo de mergulhar e aproveitar um pouco cada uma delas. Eu achei ótimo porque dá para ver um pouquinho de tudo e avaliar onde se quer voltar com calma depois. O valor do passeio é de R$ 100,00 por pessoa, mas se você quiser economizar essa grana, dá pra se organizar e fazer o percurso do Ilha Tour por conta própria, ou então se programar pra ver cada um dos points ao longo da viagem.









2) Passe uma tarde na Baía do Sancho
Em uma pesquisa feita este ano pelo TripAdvisor, um dos principais sites de turismo da internet, a Baía do Sancho foi eleita a praia mais bonita do mundo. Isso mesmo, do mundo! E o Sancho é realmente impressionante. Só há duas maneiras de se chegar nela: pelo mar ou descendo dois lances de escada. A primeira parte da descida tem 20 metros e é feita por uma escada de metal encravada em uma fenda na rocha, seguida por mais 30 metros de descida em uma escadaria natural. À primeira vista pode dar um medinho, mas a cor da água que vemos lá de cima deixa até o mais medroso com coragem. A minha dica é passar uma tarde inteira por lá, revezando entre ficar deitado na canga ouvindo o barulho dos pássaros e das ondas e mergulhar na água transparente e de temperatura perfeita. Aproveite para levar máscara, snorkel e pé de pato. Basta adentrar o mar alguns metros e já é possível ver a quantidade de vida que existe ali. Ah, e não esqueça de levar água e alguma comida para tapear a fome, já que o último ponto de venda é antes da descida das escadas.





3) Não deixe de fazer o Aquasub
Muita gente acaba não fazendo este passeio por achar caro (em média R$ 100,00 por pessoa), mas, por favor, eu repito: se você vai à Noronha, não deixe de fazer o Aquasub (ou Planasub ou Prancha a reboque). O passeio tem a duração de 3h e pode ser feito com até 10 pessoas. Acontece assim: o barco vai para o mar e as pessoas são rebocadas por uma corda amarrada a uma prancha. Cada um fica com sua máscara e snorkel segurando na prancha sem tirar a cabeça da água, e aí é só incliná-la para baixo para fazer manobras para o fundo, e para cima para voltar à superfície. A prancha é muito fácil de manusear e o passeio é simplesmente sensacional! Acho que é o mais perto que já cheguei da sensação de voar. Quando fui, o passeio passou por cima da área de um navio naufragado, o que foi muito legal, pois conseguimos ver centenas de peixes, arraias, tartarugas e até tubarões. Tem gente que consegue ver golfinhos também, mas infelizmente não foi o meu caso. O Aquasub foi inventado em Noronha e é incrível!




4) Alugue um buggy
Há muitas formas de se locomover pela Ilha. Alugar um buggy pode não ser a mais barata delas, mas com certeza é a que vai te dar mais liberdade e fazer o seu tempo render mais (o que de certa forma vale dinheiro,né?). Muitas pessoas andam para lá e para cá de ônibus, pegam taxis ou até pedem carona – prática comum em Noronha -, mas o buggy é um investimento que vale a pena. A dica é programar direitinho o roteiro antes de fechar as diárias de aluguel, que custam em média R$ 150. Isso para você não passar o dia em passeio – a maioria deles tem transporte incluído – e deixar o buggy parado na rua. Tente programar aqueles que pode fazer a pé ou que tenham transporte em dias seguidos, para que o aluguel do buggy seja feito apenas quando realmente necessário, afinal, se você vai passar o dia fora, como no Ilha Tour, por exemplo, não tem necessidade de gastar com uma diária.

5) Coma uma pizza na Pizzaria Na Moita
O nome não podia ser melhor. A Na Moita fica no meio do mato, as mesas são ao ar livre embaixo de muitas árvores, e o jantar é com luz de velas, o que torna o ambiente ainda mais aconchegante. Eles não aceitam cartão e lá também não tem banheiro. Isso mesmo, se precisar, é só ir “na moita”, como instruem os garçons. Confesso que fiquei meio assustada, já que costumo marcar território em todos os lugares que eu vou, mas deu tudo certo. 🙂 Agora, a pizza é um espetáculo à parte: é tudo bem artesanal, parte dos ingredientes vêm do quintal e as massas são produzidas ali mesmo, sofrendo fermentação natural e descansando duas horas e meia antes de receber a cobertura e ir ao forno. Por isso, a produção é limitada a 30 discos por noite, e nem adianta insistir por mais, então vale a pena chegar cedo. A pizzaria Na Moita abre todos os dias, menos às quintas-feiras.

6) Jante no Resturante Varanda
Pão dura que sou, não iria gastar uma fortuna para comer no famoso Restaurante Zé Maria, mas fiquei animada quando me indicaram o Varanda, restaurante montado em uma casa da Vila do Trinta e inteiramente reformado por um antigo chef da Pousada Zé Maria. Achamos que seria uma maneira de comer uma comida mais elaborada por um preço não tão salgado. E foi: a comida é uma delicia, o restaurante tem pratos diferentes, que mesclam receitas nordestinas com técnicas contemporâneas, e usa ingredientes regionais em receitas clássicas. Não que eu entenda alguma coisa disso, mas tudo estava ótimo!

7) Visite o Projeto Tamar
O Centro de Visitantes – Museu Aberto da Tartaruga Marinha do Projeto Tamar é parada obrigatória pra quem visita Noronha. Lá é possível conhecer um pouco mais das diferentes espécies de tartarugas marinhas, as principais ameaças à vida delas, seu complexo ciclo de vida e também as atividades desenvolvidas pelo Tamar para sua conservação. Além disso, eles têm um Programa de Palestras Ambientais, com palestras realizadas todos os dias por pesquisadores convidados. Elas acontecem sempre à noite e nós fomos mais de uma vez. Como em Noronha não tem muito o que fazer à noite, o programa se encaixa direitinho antes do jantar. As palestras são super legais, descontraídas, bem informativas e com certeza ajudam a tornar mais rica a experiência de quem visita o arquipélago. Os temas variam por dia da semana e, além das tartarugas, também falam um pouco dos golfinhos rotadores e tubarões e do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, entre outros temas relacionados à conscientização e preservação ambiental.

8) Assista à captura intencional de tartarugas
Além das palestras, toda segunda e quinta-feira é possível acompanhar gratuitamente a atividade de monitoramento de tartarugas marinhas realizada pelo Tamar na Praia do Sueste, através da captura intencional para marcação e biometria. É só se informar na sede do Projeto ou em sua pousada sobre o horário em que vai acontecer, ir para lá e aguardar. O técnico do Tamar entra no mar, pega uma tartaruga e leva para a areia, para fazer todo o monitoramento biométrico, bem à vista de quem quiser ver, e quando o processo termina, a tortuguita é devolvida ao mar. Como no Sueste as águas são turvas (por causa das algas que servem de alimento às tartarugas), não vale a pena ficar por lá depois de ver a captura, já que Noronha tem tantas outras opções de praias com água transparente. Se você não tiver feito o Ilha Tour, vale a pena emendar e contratar um guia (R$ 40,00) para procurar pelas tartarugas ali mesmo, no seu habitat natural. No Sueste é onde elas vão para se alimentar, então a chance de ver (muitas) tartarugas é quase 100%. Se você optar por fazer o “Ilha Tour” no seu primeiro dia na Ilha, já terá esta flutuação incluída no passeio.



9) Se programe para ver a abertura de ninhos
Sei que pode parecer overdose de tartaruga, mas quem está em Noronha não se cansa deste tema. Se você estiver por lá entre dezembro e junho, é possível acompanhar o monitoramento noturno na Praia do Leão, junto dos técnicos do Tamar, para ver as tartarugas desovando, ou então acompanhar a abertura de ninhos e ver as pequeninas nascendo. As duas atividades são agendadas e a dica é ficar sempre de olho no Tamar para ver quando vão acontecer. Eu fui em Abril e no dia em que cheguei na ilha fiquei sabendo que eles poderiam abrir um ninho a qualquer momento. Desde então, todos os dias perguntava na pousada se já tinham marcado um horário ou ligava para o Tamar atrás de notícias. Por sorte aconteceu enquanto eu ainda estava lá, e presenciar um momento desses na natureza foi uma experiência inesquecível. Se você estiver por lá neste período, vale a pena ficar ligado.
Quem quiser fazer o monitoramento noturno precisa agendar no Tamar, mas acabei não fazendo. O esquema é ficar em um posto de observação do Tamar e, quando as tartarugas desovam na praia, os monitores abrem os ninhos para coletar informações. Como eu tinha pouco tempo, não podia correr o risco de perder uma noite em claro e dar o azar de nenhuma tartaruga aparecer. Mas deve ser uma experiência bem bacana.





10) Curta a Cacimba do Padre e Baía dos Porcos na Maré Baixa
Essas duas praias são vizinhas e, na minha opinião, são os lugares mais gostosos de Noronha. Apesar de estar uma ao lado da outra, elas são bastante diferentes entre si. Enquanto a Cacimba do Padre é bem extensa e famosa por produzir as ondas mais altas e perfeitas do Brasil (entre novembro e março), tanto que é o point dos surfistas (e campeonatos de surf) no verão; a Baía dos Porcos (a minha preferida) é quase uma piscina natural, por entre muitas pedras. Uma trilha de 10 minutos nas pedras pelo lado esquerdo da Cacimba divide as duas praias, e o bom é aproveitar para ficar por lá quando a maré estiver baixa. Pegar o pé de pato, a máscara e o snorkel e nadar por ali vai te fazer esquecer da vida. Isso sem falar nas tartarugas, arraias, peixes e tudo o que você vai ver, só de entrar na água. Em setembro – época em que o mar está mais calmo – dizem que é possível nadar por entre os Dois Irmãos. Dá para passar um dia inteiro ali, estendido numa canga e revezando entre a Cacimba e a Baía dos Porcos. O bom é que na Cacimba tem dois restaurantes (com preços camaradas, algo difícil em Noronha), então se bater a fome é só subir, comer e voltar para a praia.











11) Nade com os tubarões no Atalaia
Para quem não vai mergulhar de cilindro, é na Praia do Atalaia que é possível ver melhor a variedade da beleza da vida marinha de Noronha. O passeio até lá é feito na maré baixa, quando os corais represam uma piscininha como um aquário. Dá para ver muitos peixes diferentes, polvos e até filhotes de tubarão – eu inclusive ouvi a musiquinha do filme na minha cabeça quando vi o primeiro, muito emocionante. O acesso até lá é controlado pelo ICMBio, então o número de visitas diárias é limitado e é preciso agendar horário, de acordo com a tábua das marés. Cada grupo fica dentro da água por 30 minutos e na flutuação é obrigatório o uso de coletes, pra evitar que as pessoas pisem no chão e destruam os corais. O acesso até lá é feito a pé por uma trilha, chamada de “trilha curta”, que é gratuita e não precisa de guia. O passeio todo leva cerca de duas horas.





Pra quem gosta de andar, como eu, existe uma “trilha longa”, que precisa de guia (R$ 80,00) e que leva em torno de 5 horas. A diferença é que depois da piscininha do Atalaia, a trilha longa passa por mais duas piscinas naturais (dependendo de como estiver a maré é possível entrar) e termina na Praia das Caieiras, próxima ao porto. A trilha é fácil e com um visual incrível que muda bastante ao longo do caminho. São encostas com rochas vulcânicas, pedras e muitos tons de azul do mar. Imperdível!




-> Confira hotéis e pousadas em Fernando de Noronha clicando aqui.
[…] Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) – sobre esse, temos um post bem completo aqui. […]
Essas fotos são de que mês de 2014? Obrigado.
Oi, Rafael,
Estas fotos foram tiradas no final de março, início de Abril, período de chuvas lá em Noronha, por isso a vegetação estava tão verdinha. Fora desta época a vegetação fica totalmente diferente e bem seca. Está nos meus planos voltar lá pra conhecer a Noronha seca, que também é linda de morrer. Beijos!
Muito legal seu post. As fotos ficaram lindas!
Muito Obrigada, Marcia! Fico feliz que tenha gostado. 🙂
Noronha é muito fotogênica. :)))
Adorei as dicas. Estou programando uma viagem pra Fernando de Noronha em Setembro de 2016 de 10 dias. Você acha muito tempo? Estou na dúvida de quanto tempo ficar. Valeu!
Oi, Stella,
Você vai amar Fernando de Noronha, principalmente em setembro, que é o mês que o mar fica mais calminho. Quero muito voltar lá nesta época. 🙂 Sobre a quantidade de dias, acho que está ótimo. Eu fiquei 7 dias, consegui ver tudo que queria, mas fiquei com gostinho de quero mais. Acho 10 um número bem bom sim!
Qualquer dúvida, é só falar. Beijos e muito boa viagem!
Oi Mariana,
Estamos programando nossa lua de mel e eu e meu noivo queríamos nadar com as tartarugas, vc acha que outubro é um mês propício para isso?
É um bom mês para conhecer Noronha?
Obrigada
Oi, Camila!
Outubro é um ótimo mês pra conhecer Noronha sim. Setembro é o mês que o mar está mais calmo e vai se agitando até chegar ao auge em janeiro/fevereiro, quando volta a “desagitar” até chegar a setembro de novo. Fora isso, outubro é um mês que quase não chove, com certeza vai ser ótimo. Aproveitei muito aquele paraíso! Beijos! :*
Olá!
Adorei o blog e o relato.
Pretendo ir à Noronha ano que vem, na primeira semana de abril e gostaria de saber como foi a sua viagem em termos de chuva.
Se choveu muito, se atrapalhou alguma coisa, se a chuva dura o dia todo… Se puder ajudar… Obrigada!
Oi, Ana,
A minha viagem foi exatamente nesta época e a chuva não atrapalhou nem um pouco. Ela realmente vinha todo ou quase todo dia, mas sempre no fim do dia e era super rápida. Deu pra curtir tranquilamente. 🙂
Beijos! :*
Muito obrigada pelo retorno, Mariana! Bjs
Realmente pelas imagens Fernando de Noronha é muito linda, ainda quero conhecer o local pessoalmente! Mas confesso que a gastronomia também chama a atenção, eu faria uma visita ao Restaurante Varanda certamente. Parabéns pela postagem e obrigado pelas dicas!!
Oi Mariana, você tem dicas de melhor localidade para se hospedar? Pode falar em Qual pousada ficou?
Orbigada!
Oi, Alice!
Desta vez que fui, fiquei hospedada na Pousada Algas Marinhas e adorei. A pousada é bem simples, mas confortável e muito bem localizada. Em abril vou a Noronha de novo e vou ficar na Pousada do Marcílio . Ela é mais cara e fica em outra localização, mas foi muito bem recomendada. Depois volto pra contar! Beijos e boa viagem! :**
Olá Mariana! oq te fez mudar de idéia em relação ao mês q vc vai retornar à ilha em abril ? Tinha lido q vc iria novamente só em setembro. Tô em dúvida em qual mês irei. Estou ansiosa pela sua resposta 😉
Oi, Catarina!
A escolha do mês na verdade foi unicamente porque ganhei essa viagem e precisava ser ainda no primeiro semestre. Foi uma questão de agenda mesmo. E aí optei por abril, pra passar meu aniversário por lá. Sem dúvida nenhuma se eu pudesse escolher ou esperar, viajaria para Noronha de novo em setembro! Ou fim de agosto ou início de novembro, que talvez encontrasse diárias mais baratas e a ilha não tão cheia. Um beijo! :*
Se ainda não marcou, vai uma dica: escolha uma data com lua cheia ou lua nova entre agosto e outubro, não vai se arrepender. É nessa época que a ilha fica com o mar mais calmo como vemos nas melhores fotos!! Abraço!!
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