O filme “Eu Maior” é um longa sobre a busca da felicidade e o autoconhecimento, que discute questões como a existência de Deus, nosso propósito na terra e o que há depois desta vida. O filme, uma iniciativa da ONG Associação Dobem, realizada com recursos de crowdfunding, estreou nos cinemas e, em 21 de novembro, foi lançado em outras plataformas, como Youtube, DVD e Blu-Ray. Desde então, alguns conhecidos viram e passaram a sugerir que eu assistisse. Enrolei e enrolei mas, depois de quatro tentativas, finalmente assisti o filme todo.
Digo quatro tentativas porque todas as vezes em que comecei a assistir, dormi. Quando resolvia continuar, voltava de onde tinha parado, até que, de pouquinho em pouquinho, vi tudo. Isso porque o tema do filme é muito interessante, mas – não querendo ser implicante, mas já sendo – é monóóótono… pense numa coisa zen de aula de yoga com trilha sonora escolhida pelo Kenny G e aquelas tomadas intermináveis dos filmes do Gus Van Sant. Pensou? Então! Achei que “Eu Maior” poderia ter sido feito em 40 minutos, mas leva 90 porque, além de quase todos os entrevistados falarem de-va-ga-ri-nho e com mui-ta cal-ma, tem tomadas como um avião cruzando a tv de ponta a ponta no céu e o movimento em câmera lenta das pessoas em Copacabana. Mas quem consegue superar essa barreira da lentidão e do sono, vê que realmente vale a pena assistir o filme todo.
Vamos ao que interessa: no projeto foram entrevistadas 30 personalidades, entre líderes espirituais (adoro o Sri Prem Baba e a Monja Coen!), intelectuais (Mario Sergio Cortella excelente!), artistas, esportistas e até um palhaço (não sei o que mais esse cara faz porque cochilei nessa parte). As entrevistas que mais gostei foram as do Carlos Burle, surfista de ondas grandes, e a do escalador Waldemar Niclevicz, por serem pessoas que fazem o que amam, se arriscam e têm uma história de vida incrível – aliás, gostaria que tivessem entrevistado o Amyr Klink também. Todos os entrevistados deram seu ponto de vista sobre o que é realmente a felicidade, a paz de espírito e o bem-estar.
A conclusão básica é de que você precisa estar em paz consigo mesmo, tranquilo no lugar onde está naquele momento, com consciência das suas limitações e de que a busca pela felicidade e a tranquilidade nunca acaba. Nada que a gente não saiba, mas que sempre vale a pena relembrar, né? Ainda mais se tiver um monte de gente legal te falando sobre isso.
Pra encerrar, deixo algo que o Cortella falou, eu adorei e queria dedicar especialmente a quem vive me cobrando coerência e recriminando porque mudo de opinião toda hora:
“A gente nasce não pronto e vai se fazendo, vivemos várias vidas em uma, porque vamos nos modificando ao longo da vida. Você ser de um mesmo modo de uma maneira consistente não é sinal de coerência, é sinal de tacanhice mental.”
Se um intelectual genial falou, quem sou eu pra discordar, não é?
E agora, você dormiu bem noite passada? Então pegue seu café bem forte e veja o filme aqui mesmo, ó:
E para quem quer saber mais sobre o longa e a iniciativa, vale a pena visitar o site do projeto.
Esse filme é incrível! E é ótimo para rever depois de um tempo também 🙂