Desde que postamos o relato do Marcelo Mendonça, de quando ele fez o Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta (neste post aqui), recebemos várias mensagens de pessoas comentando que sonham em fazer essa viagem (nós também!). Por isso, resolvemos pegar mais umas dicas sobre viagens de bike nesse caminho dos sonhos para matar nossa curiosidade ajudar nossos leitores.
Desta vez, o entrevistado do blog é o Alexandre Costa Nascimento, que é jornalista e editor do blog Ir e Vir de Bike e ministra palestras e oficinas sobre mobilidade urbana sustentável, segurança no trânsito e cicloativismo. Ele tem muita experiência em cicloviagens mundo afora e, neste post, vai dar mais algumas dicas preciosas para quem já está planejando ou ainda sonhando em fazer o Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta.

Viajadora – Que conselhos você daria para quem quer se preparar para fazer o Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta?
Alexandre – Costumo dizer que o Caminho começa no exato instante em que você toma a decisão de percorrê-lo – ou, neste caso, pedalá-lo! A expectativa, os preparativos, o estudo da rota; tudo isso já torna o Caminho presente antes mesmo do embarque. Mas é preciso ter claro que essa é uma viagem para quem busca aventura e superação de limites. Para isso, é preciso, mais do que tudo, ter a disposição para encarar os desafios oferecidos a cada etapa – e isso exige muito mais do lado psicológico e mental do que necessariamente do preparo físico.

Qual o tempo básico de preparação?
Pedalar pelo Caminho de Santiago de Compostela exige uma certa intimidade com a bicicleta. Os terrenos são variados e é preciso saber pedalar na terra, no asfalto, em terreno de pedra, trilhas fechadas, lama, nas subidas e descidas, no frio e no calor. Do ponto de vista físico, o ideal é ter um bom preparo (não ser sedentário). Um treinamento físico deve começar cerca de três meses antes da viagem. Mas quem já está acostumado a pedalar no dia a dia não precisa de uma preparação específica para esse roteiro.

Quais equipamentos os bicigrinos – como são conhecidos os peregrinos que viajam de bicicleta – não podem deixar de levar e por que?
Além da bicicleta, é importante levar bom alforjes, capa de chuva e os equipamentos básicos para a manutenção da bicicleta (bomba de ar, remendos e ferramenta multifuncional), além de equipamentos de segurança, como capacete e luvas.
Qual a bagagem básica de quem quer fazer essa viagem levando o mínimo possível?
Uma boa vantagem é que praticamente todos os albergues oferecem lavanderias com máquina de lavar e secadora – a maioria funciona por moedas, e por cerca de 5 euros é possível lavar e secar todas as roupas. O ideal é levar pouca bagagem, para ter o mínimo de peso possível nos trechos de longas subidas. Duas mudas de roupa de ciclismo, uma roupa de passeio e um conjunto para frio e chuva, além de itens de higiene pessoal, é o necessário. É um erro comum de ciclistas de primeira viagem encher os alforjes de coisas desnecessárias. Uma vantagem é que, no Caminho, se sentir que está levando muito peso, você pode despachar sua bagagem em uma caixa pelos correios direto para Santiago de Compostela e retirá-la no fim da viagem. Outra opção é pagar para que uma empresa de transporte leve os equipamentos a cada etapa.
Em relação à bicicleta, qual o tipo mais indicado para essa viagem?
O modelo indicado é o de uma bicicleta mountain bike (MTB), com suspensão dianteira e bagageiro. Ah, e claro, um banco confortável!

Quem não quiser levar a própria bike pode alugar uma lá? Se sim, qual a faixa de preço e como funciona o serviço?
É possível alugar uma bicicleta no início da viagem e devolvê-la ao final. Várias empresas oferecem este serviço, mas a mais conhecida e confiável é a Bicigrinos. Os equipamentos são de primeira qualidade (bicicleta Specialized), modelo do ano – a frota é renovada no início de cada temporada, portanto, todas têm, no máximo, um ano de uso.
Em termos financeiros, o custo é praticamente o mesmo de se lavar a própria bicicleta do Brasil, já que as companhias aéreas cobram cerca de US$ 150 para o transporte das bicicletas em voos internacionais. A vantagem do aluguel dos equipamentos é que, além da bicicleta, o pacote, por cerca de 250 euros, inclui transporte do equipamento ao ponto de partida, alforjes, ferramentas, remendo, bomba, trava (cadeado), ciclocomputador e guia da rota, além de suporte para manutenção dos equipamentos em oficinas credenciadas ao longo do caminho.

Para quem não quiser ficar nos albergues de peregrinos, existem outras opções de hospedagem no caminho? Se sim, quais são?
Sim, em todo o trajeto existem hostels e hotéis particulares, com mais privacidade e conforto para quem não quiser ficar nas hospedarias coletivas e ligadas às ordens religiosas. Quem quiser se aventurar mais, pode levar barraca e acampar nos campings disponíveis. Outra opção, essa mais viável nas grandes cidades ao longo do Caminho, é usar meios alternativos de hospedagem, como CouchSurfing ou WarmShowers.
Quais são as paradas obrigatórias no caminho na sua opinião? Me refiro aos pontos altos da viagem, aquelas atrações que não podem ficar de fora do roteiro.
Há diversos atrativos em todo o trajeto – não há uma etapa sequer que não ofereça algo de interessante. Porém, há alguns lugares que merecem destaque: a missa dos peregrinos em Roncesvalles, a cidade de Pamplona, a Catedral de Burgos, as vinículas de Irache, o Castelo de Ponferrada, a Puente la Reina, a Cruz de Hierro, sem contar, claro, as paisagens deslumbrantes, vilarejos, igrejas e construções históricas.




Qual você acha que é o principal aprendizado, a parte mais legal da experiência para quem faz essa viagem?
Um dos aspectos mais marcantes para mim foram os encontros ao longo do caminho. Às vezes, uma pessoa que cruza o seu caminho quando você mais precisa e que você sabe que nunca mais irá reencontrar. Às vezes, pessoas que pedalam ao seu lado e que se tornam amigos para além da linha de chegada. Além, é claro, das histórias compartilhadas por cada um que busca percorrer o caminho: histórias de fé, de coragem, de superação. Cada um pelo seu motivo, mas tendo algo para ensinar e aprender durante a jornada.

Gostaria de falar mais alguma coisa sobre o assunto?
Em setembro de 2015 vou voltar ao Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta em uma expedição organizada em parceria com uma agência. Vou como coach da experiência para compartilhar e facilitar a jornada dos bicigrinos. Quem quiser mais informações, pode visitar o site da Expedição Bike Compostela.

[…] Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta: o que você precisa saber […]
OLÁ
BOA TARE!
BICICLETA COM MOCHILA.
JÁ FIZ CAMINHO DA FÉ ALGUMAS VEZES, NO COMEÇO USAVA ALFORGE, DEPOIS PASSEI A USAR MOCHILA.
VOU PARA SANTIAGO EM MAIO / 2016,
QUAL A SUA SUGESTÃO?
CLOVIS
Olá, parabéns pelas informações. As matérias aqui são muito interessantes. Eu e minha esposa faremos o caminho em maio/2016 e gostaria de dicas sobre a bagagem. Com a bike, tudo bem, vamos usar malabike. Mas e os alforges? São despachados ou levados em cima? Saco de dormir, como levar? Mochila atrapalha? Muito obrigado por sugestões.
Oi, Luiz!
Que máximo que você e sua esposa vão fazer o Caminho, imagino a empolgação que devem estar sentindo! Então, nós ainda não fizemos o Caminho, só entrevistamos pessoas que já fizeram, por isso não tenho como te dar em primeira mão a informação que você quer. Mas no post https://www.viajadora.com/caminho-de-santiago-de-compostela-de-bike-veja-como-e-a-experiencia/ , o Marcelo, que fez o Caminho de bicicleta, dá dicas de como levar a bagagem. Dá uma olhada, acho que vai ser bem útil pra vocês!
Bjs!
Luiz Camacho bom dia,
Me identifiquei com o seu post, afinal irei fazer com minha noiva o caminho daqui um ano em “carácter” kkkk… de lua de mel……
Pretendemos fazer o caminho em 20 dias de bike e sem correria para aproveitar o caminho …e também para não forçar a barra para noiva que é relativamente nova em cicloturismo.
A ideia inicial é sair de Saint jean pied de port
Espero seu retorno meu email é higor.marins@yahoo.com.br
Obrigado
Olá Igor, que legal hein? muito boa ideia a de vocês. Será inesquecível!
O “nosso caminho” foi, também, uma espécie de segunda lua de mel …. comemorando 30 anos de casados.
O seu prazo, de 20 dias é confortável para bike.
Nós fizemos em 13 dias. Foi corrido e tivemos que adotar algumas medidas para proteger a agenda.
Colocamos tudo da viagem aqui: https://elcamino.thecamachofamily.net/
Espero que as informações possam ajudar.
Saúde, Paz e Bem.
Buen camino!
gostei muito das informações, mas tenho uma grande dúvida ainda, como fazer para transportar a bicicleta do aeroporto de madri até san juan e no retorno de Santiago e novamente para o aeroporto? Poderia me auxiliar?
Ola boa noite…. Fiz em 2014 e 2015 Compostela. Da vez primeira saí de SJPP e a segunda de Roscenvalles. Pouca diferença em quilometragem. um dia a mais apenas. O caminho… tenho sonhado com ele quase que diariamente… ora estou no Cebreiro, ora em Puente de la Reina, ora em Burgos… ah… não paro de sonhar… Gostaria de voltar a palmilha-lo… em sabe em 2018 ou 19. Sei que voltarei. sou novo ainda, um tanto experiente. Tenho só 63. Até os 67 ou 68 lá voltarei, com certeza… Sei que preciso voltar. Sozinho. E com todos. Tive mil experiências e quero revivê-las. A vc, Amigo que já fez o Caminho, a vc, Amigo que vai fazer o Caminho, a vc, amiga, que sonha fazer o Caminho, um Tríplice e Fraternal Abraço. E que o GADU a todos ilumine. Moro no Oriente de Piracicaba, SP. Quem quiser me enviar e-mails, que fique à vontade. responderei a todos. esiopoeta@bol.com.br
Estou me preparando e pedindo á Deus que me ajude
fazer o caminho Francês peço a Nossa Senhora
que me de forças e ao Santo Tiago muita fé
Setembro 2018.
Boa sorte, Bento! Aproveita bastante e depois conta pra gente como foi! 🙂
Bao noite!!Estou em fase de planejamento para or com uma amigo fazer esse caminho minha dúvida é não quero ficar em hotel ou coisas di tipo talvez fique um dia ou outro em algum hostel mais meu propósito e acampar Pelo menos nesses 15 dias é possível?