Depois do nosso post Bonito: os 6 passeios que não podem faltar no seu roteiro, a nossa amigona Paula Batalha se animou a ir visitar a cidade com sua mãe, Érima, e sua tia, Érida. As três foram para lá em setembro e se divertiram muito, e agora a Paula volta aqui no blog para dar mais dicas de passeios incríveis por lá.
Confira as dicas:
A caminho de Bonito – MS!
“Estive em Bonito por oito dias e, a pedido das minhas amigas, vou escrever um pouco mais sobre a visita à cidade, dando dicas de passeios que a Mari não teve a oportunidade de fazer quando esteve lá.
Minhas companheiras de viagem dessa vez foram minha mãe e minha tia. Usamos muito o Viajadora para ajudar nas nossas escolhas e, como a Mari disse no post anterior, o Buraco das Araras, o Abismo Anhumas, a Gruta do Lago Azul, o Rio do Peixe, a Fazenda San Francisco e o Rio da Prata são seis lugares realmente imperdíveis e que devem ser priorizados. Mas existem muitas outras atrações que também devem entrar na lista de quem tiver mais tempo de viagem. É tanta coisa que mesmo ficando oito dias não conseguimos fazer todos os passeios disponíveis em Bonito.
Como viajamos na baixa temporada, conseguimos fazer passeios que não havíamos escolhido e agendado antes de chegar. A flutuação do Rio da Prata e o Buraco das Araras já havíamos agendado, e descobrimos no dia anterior ao passeio que a Lagoa Misteriosa é outra atividade que sai do mesmo receptivo (área onde tem a infraestrutura para início de qualquer atividade). Não tive dúvida em ir para lá enquanto minha mãe e minha tia iam ao Buraco das Araras. Confirmei com a agência que se eu tivesse agendado antes, daria para fazer as três atrações no mesmo dia.”
Mas agora vamos às dicas. Os passeios foram feitos com a agência Tereré Turismo:
A Lagoa Misteriosa de Bonito
A Lagoa fica em uma dolina (uma colina ao contrário), e é considerada uma das cavernas inundadas mais profundas do país (já desceram a 220 metros de profundidade – registro histórico – e não chegaram ao fundo). Segundo nosso guia, os relatos sobre a Lagoa são de poucas décadas atrás, quando sua atividade exploratória começou, de forma inadequada. Depois, em uma medida de conservação, ela passou um período fechada até que as atividades turísticas por lá fossem licenciadas. E aí voltou a ter a exploração permitida em 2011, dessa vez com as devidas precauções ecológicas e com um plano de manejo.
Para chegar até ela, é preciso fazer uma caminhada em terreno íngreme estruturado com escadas e platôs, descendo cerca de 75 metros até ver a água. O mais legal de lá é a possibilidade de fazer o batismo de mergulho (mergulho com o uso do cilindro, podendo chegar a até 8 metros de profundidade), algo que não é permitido em outros passeios, como o Abismo Anhumas, que é apenas para quem tem a certificação de curso de mergulho. A visibilidade submersa costuma chegar a até 40 metros na horizontal e as fotos são alucinantes. E para quem não quiser fazer o batismo, existe a opção de fazer apenas a flutuação.





Mas é preciso prestar atenção à época do ano em que se visita a lagoa: por causa da ação humana pré-atividade turística lá, um micro organismo não natural a esse meio se desenvolveu e agora, no verão, com temperaturas mais elevadas, deixa uma faixa de água turva que já chegou a se estender por 20 metros de profundidade, podendo reduzir a visibilidade para até menos de 10 metros na horizontal. A boa notícia é que com o avanço das pesquisas e desenvolvimentos de técnicas, hoje, nesse período de temperaturas muito altas, a faixa de ação dessas algas chega só a até 10 metros. Mesmo assim, a lagoa fica fechada durante o verão, para que o turista que deseja ver todo seu potencial não saia desapontado. A intenção é que em poucos anos esses micro-organismos sejam controlados e permitam o passeio deslumbrante durante o ano todo.
Quanto custa a atividade: R$ 292,00
Ceita Corê
Com um nome que significa terra dos meus filhos, a Ceita Corê é uma fazenda que tem como principal atividade a pecuária com gado registrado, mas que divide com os turistas suas belezas naturais, cachoeiras e nascentes.
Chegar lá já dá uma sensação de entrar num desenho animado: sabe aquele pasto verdinho, cheio de animais que parecem pontinhos brancos, que vemos nos desenhos? Então, é assim mesmo. Muitos animais, num pasto que se estende até onde a vista alcança! Soubemos depois que vários deles são premiados, e todos, sem exceção, são muito bem cuidados.
A chegada acontece na sede da fazenda onde funciona o receptivo. Portas abertas para nos receber, uma sala grande, aconchegante, decorada, entre outras coisas, com alguns dos troféus que o gado ganhou. Um café nos aguarda e ficamos por ali aproveitando o lugar até a hora de começar o passeio.
O programa da manhã é uma trilha circular para visitar as cachoeiras do rio Chapeninha. A trilha tem aproximadamente 3 km e a última cachoeira do percurso fica a 50 metros de distância de onde nossa van estava. Minha mãe, que estava mais cansada e ainda se recuperando dos outros passeios, foi direto para essa cachoeira final e eu a acompanhei. O Guia, que era um fofo, deixou a van à disposição se quiséssemos voltar para o receptivo, mas ficamos lá e ainda demos umas voltas pela trilha, que é bem segura e bem sinalizada. Aproveitamos o rio, a cachoeira, que tem três quedas d’agua, e brincamos com folhas, boias, pedras e tirolesa.
À tarde, depois de um almoço delicioso feito no fogão à lenha, saladas orgânicas e doces locais, tudo feito com o maior capricho, e de algum tempo de descanso no redário ou na espreguiçadeira, ou ainda nas cadeiras, sofás, balanço, grama, ou quem sabe até de molho na piscina de agua natural do próprio rio Chapeninha, fizemos uma caminhada de cerca de 600m até a nascente do rio, que tem uma vazão impressionante. O mergulho com cilindro é permitido dentro da gruta para quem tem registro, mas a maioria fica mesmo ali fora. O rio “empurra” de volta quem tenta entrar na gruta de onde sai à água, e é divertido ver as tentativas de mergulho do pessoal. Se o guia não tivesse mergulhado eu seria capaz de jurar que era impossível.
De volta à sede, um lanchinho de despedida nos esperava, com pão de queijo quentinho, bolo de chocolate, café e mate. Foi legal ver a plaquinha explicando aos turistas que mate é uma típica bebida brasileira. A fazenda é mesmo cheia de detalhes simpáticos, cantinhos que convidam a um descanso, belezas por toda a parte, tudo de muito bom gosto.
Quanto custa a atividade: R$ 145,00
Balneário Municipal de Bonito
Passar a tarde no Balneário é como passar a tarde em uma piscina, só em vez de uma piscina com cloro, um piscina bem melhor, de rio, com peixes acompanhando o seu mergulho. Não é preciso fazer nenhuma atividade programada por lá, mas quem quiser pode alugar colete salva-vidas e snorkel para fazer uma flutuação por conta própria. Tem pouca correnteza e a água é tão transparente, que não é preciso máscara para ver o fundo. Além disso, o local é super seguro e conta com salva-vidas o tempo todo.


Ir ao Balneário foi nossa opção depois de visitar a Gruta do Lago Azul. Foi uma sugestão da agência, já que o passeio à Gruta é um passeio seco, sem opções de mergulho. Resolvemos almoçar em um dos restaurantes da área, onde experimentamos piraputanga, o peixe mais famoso da cidade. Mergulhamos, almoçamos e descansamos deitadas na grama sob a sombra de uma árvore.

É só isso, um dia na piscina, mas você pode tornar esse passeio um pouco mais radical se optar em ir até lá de bicicleta. Um casal que conhecemos em Bonito fez isso, a agência cuida de tudo, roteiro e bicicletas. Também é um bom programa para fazer com as crianças.
Quanto custa a atividade: R$ 25 criança, R$ 30 adulto
Aquário Municipal de Bonito
Fomos ao Aquário porque ele era vizinho de muro da pousada em que estávamos hospedadas, a Pousada Segredo, bem no centro de Bonito. Alguns dias vimos crianças se divertindo por lá, e resolvemos conhecer.
O aquário tem em torno de 60 espécies de peixes, mas se você está em Bonito e já foi a alguma flutuação, não vai achar muita graça em ver os peixes atrás de vidros. As estrelas do lugar são as arraias e é possível, inclusive, tocá-las. Elas gostam de águas turvas, por isso não são vistas nas flutuações nos rios transparentes, então é legal vê-las assim de pertinho.
Procure ir ao aquário em horários que tenham guias, pois eles dão um colorido especial à apresentação dos peixes, cheios de curiosidades e animação. Não sei informar a hora que começam a trabalhar, mas na baixa temporada, quando fomos, eles não trabalham pela manhã.
A lojinha de lá é pequena e bem simpática. Foi o único lugar que vi vender saídas de praia, ou seja, vestidos de malha, tipo camisetão, com mangas curtas ou alcinha, e super confortáveis. Confesso, gostei mais da minha compra do que do passeio… por isso minha dica é: vá ao aquário principalmente se você viajou com seus filhos pequenos, eles vão se divertir.
Quanto custa a atividade: R$ 25,00
Projeto Jiboia
É um projeto de conscientização sobre a importância das cobras para a natureza. O passeio consiste em ver as jiboias na sua jaula de vidro, assistir a uma palestra e fazer fotos com uma jiboia.
Parece chato, né? Mas é bem divertido! A palestra acontece às 19 horas, ou seja, depois que você já voltou dos passeios e está fazendo hora para jantar. O Henrique, responsável pelo projeto, é quem faz a palestra, que é bem interativa. No final o convite para uma foto, em que ele manipula a jiboia, colocando em cima de você para o clique e tirando depois.

A visita é totalmente segura e depois da palestra a gente fica até com vontade de fazer amizade com esses animais. E ele tinha razão quando afirmou que a foto seria a que mais faria sucesso no facebook: é mesmo uma das minhas fotos mais comentadas! haha Vale a pena conhecer.
Quanto custa a atividade: R$ 35,00
Grutas São Miguel
No nosso último dia em Bonito, eu e minha tia decidimos ir para o Abismo Anhumas, por isso minha mãe, que não faria a descida, em vez de esperar mais de quatro horas até terminarmos, resolveu pegar o carro que alugamos para conhecer outra atração da cidade, as Grutas São Miguel. Por isso, é dela a descrição do passeio:
– Bonito tem vários passeios em grutas, cada uma delas com sua peculiaridade. As grutas São Miguel são secas, razão pela qual é possível ver formações diferentes das que existem na Gruta do Lago Azul e no Abismo Anhumas, como os corais e as pérolas. Por ser seca, ela também é o refúgio de vários animais, e quando eu fui, pude ver o lobinho que fugiu quando o grupo se aproximou, a coruja branca, que entrou mais fundo no buraco em que estava para fugir da luz da lanterna, e os morcegos no teto, parecendo pequenas folhas.
É uma caverna de aproximadamente 200 metros, e isso é coisa à beça! Mas como eu já tinha visto a Gruta do Lago Azul e o Abismo, achei beeem pequena. Implicância, eu sei… a gruta é linda mesmo assim!
Começamos o passeio recebendo capacetes e lanternas. Não é um breu profundo, mas a lanterna facilita muito na hora de andar e ver as formações. Equipados, vamos para o segundo andar do receptivo, onde vemos um vídeo sobre o que vamos encontrar na caverna. De lá, nos deslocamos sobre uma trilha suspensa, com o objetivo de observar a fauna local. Ouvimos as araras mas não demos a sorte de vê-las, mas valeu a emoção da trilha.
A trilha nos deixa na entrada da caverna, e o guia, apaixonado por essa formação, vai explicando tudo pelo caminho. É ele também quem acende luzes estratégicas entre as pedras para que possamos fotografar. Quando estamos no local ele acende a luz, e quando voltamos a andar ele apaga, explicando que se ficassem acesas direto iriam impossibilitar a entrada dos animais.
O caminho dentro da caverna nos leva por passagens estreitas, como portas, mas nada ali é claustrofóbico. Não é um túnel, é uma porta. Um dos salões que não pudemos entrar, e que me deu uma vontade louca de explorar, é cheio de colunas. Com o tempo o espaço entre as colunas também vai virar colunas e o salão vai deixar de existir. Mas dá tempo de você, que ainda não tem filhos, levar seus netos até lá, não se preocupe.


A saída é por dois lances de escadas, e a volta para o receptivo por uma trilha de terra, bem rápida. É um bom passeio para quem quer andar pouco e ver coisas lindas. Ou para quem está fora de forma e quer explorar uma caverna. Claro que os bem dispostos também são muito bem vindos, mas como Bonito é cheio de opções radicais é bom saber que tem passeios assim, bem fácies de fazer. Recomendo!
Quanto custa a atividade: R$ 45,00
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