Viajar pela Califórnia é o sonho de muitos dos nossos leitores, e ninguém (inclusive a gente!) cansa de ler sobre como o estado mais famoso dos Estados Unidos é incrível e proporciona road trips perfeitas. Por isso, quando fiquei sabendo que uma amiga do blog, a jornalista Fernanda Carneiro, tinha acabado de fazer outra viagem para lá, fui logo pedindo para ela contar mais sobre sua aventura e tudo que ela tanto gosta no famoso Golden State americano.
Ela foi com o namorado há pouco mais de um mês e agora conta para a gente os seus 10 motivos para voltar sempre à Califórnia.
Então, com a palavra, Fernanda:
Califórnia: lá e de volta outra vez!
“A Califórnia é especial para mim porque marcou uma parte importante da minha vida: a conquista da primeira viagem internacional, organizada com muito planejamento, coragem e perseverança. Isso aconteceu lá em 2012, quando fui fazer um curso rápido de Marketing e Inglês com duração de três semanas. Assim que deixei o solo dourado de volta ao Brasil, tive a certeza de que voltaria um dia.
Mas, em um cenário de orçamento enxuto, por que repetir um destino já visitado, visto que nosso mundão é tão grande e cheio de lugares igualmente ou mais incríveis para conhecer – e o tempo urge?
Antes de seguir explorando novos ares, decidi voltar para a querida Califórnia em 2014, desta vez com meu namorado Rodrigo, para celebrarmos nossos oito anos juntos! Como o post do Viajadora sobre a Califórnia mostrou um roteiro bem legal, parecido com o da minha road trip, busquei complementar de uma maneira diferente. Descrevi, com muito carinho, esse sentimento peculiar gerado pela Costa Oeste dos EUA. Quem sabe assim consigo inspirar mais alguns corações a visitar um dos meus lugares preferidos até o momento!”
10 motivos para voltar sempre a Califórnia
1. Mil e uma possibilidades
Mesmo já tendo visitado a Califórnia antes, é incrível o fato de que a segunda viagem foi totalmente diferente. O estado é enorme e com opções de passeios muito diversificados, para todos os gostos. Nessa última viagem, que fiz de 13 de setembro a 04 de outubro de 2014, pude explorar mais lugares de carro, parar no caminho, conhecer novos cantinhos… Mesmo assim, ainda não esgotei as opções de roteiro. Como concentrei a road trip na Pacific Coast Highway, descendo de San Francisco a San Diego pelo litoral durante 20 dias, muitas áreas do estado permaneceram intocadas pelo meu espírito viajante – como todo o norte e partes interessantíssimas do Sul, por exemplo. Uma boa desculpa para querer retornar ao Golden State sempre!
2. San Francisco: a queridinha do meu coração

Como diz a música do brega clássico Tony Bennet, I left my heart in San Francisco. Falem o que quiserem, sempre vou querer retornar à belíssima e charmosa cidade da famosa Golden Gate Bridge. Não sei se é culpa da água, do ar, do clima, mas esse lugar me conquistou à primeira vista já lá em 2012. Torço muito para que o temido terremoto Big One não destrua SanFran antes de, um dia, eu ter o prazer de viver parte da minha vida por lá. Descrevo San Francisco como um lugar feliz por essência. Também é um dos centros mundiais de inovação tecnológica (quem nunca ouviu falar sobre Vale do Silício, Apple, Google, Twitter etc?) e histórica respeitadora da diversidade.
Esse vídeo aqui consegue traduzir um pouco desse sentimento, é um dos meus preferidos sobre a cidade:
Ah, e eu mesma já editei um vídeo sobre a nossa passagem por SF, ao som da banda Audionova! Confesso que fiquei orgulhosa com o resultado e dá para ter uma boa ideia de como é a cidade:
3. As pessoas são atrações à parte
As pessoas da Califórnia são, em geral, muito educadas, falantes, felizes e criativas. Nativos ou não, quem vive por lá se prontifica a ajudar, gosta de conversar – é fácil sentir-se em casa, sabe? Até o morador de rua é divertido. Lá em San Francisco, tinha um que se escondia em um falso arbusto para assustar as pessoas que passavam na calçada, emitindo um som grave assustador e gerando boas risadas na galera que ficava só observando. E o povo reconhecia o talento para a pegadinha com um trocado bem-vindo. Há todo tipo de gente pelas ruas: hippie, hipster, surfista, motoqueiro rock’n’roll, patricinha de LA, punk, travesti, marombeiro, entre muitos outros segmentos e estilos que nem sei definir. Todos convivendo em harmonia.
4. Califórnia On the Road!
Para quem gosta de dirigir e se aventurar pelas estradas, a Califórnia é o destino perfeito. Além de excelentes rodovias e vias expressas, os cenários são simplesmente maravilhosos. Há muitas cidades interessantes para apreciar ou mesmo se hospedar em um pernoite. O que dizer dos abismos sinuosos do Big Sur, com aquelas praias e ondas batendo nas rochas? E do entardecer refletido no retrovisor, com aquelas cores mágicas que só se vê por lá? Além disso, existe o fator educação e organização no trânsito, que ao mesmo tempo espanta e conquista qualquer brasileiro acostumado com a desordem e a falta de gentileza. Não quero nem comentar a qualidade do carro que alugamos, que mesmo sendo o mais simples, era todo automático e molinho, deixando-me em profunda depressão quando retornei ao Brasil para dirigir meu Celta 2007 de câmbio manual e sem direção hidráulica.


Ah, mas como nada é perfeito nessa vida, os engarrafamentos são tão tensos quanto os nossos, especialmente na grande Los Angeles e em horários de pico. A dica é aproveitar a lentidão para rir do cachorro do carro ao lado (que fica todo feliz com a cara na janela) e fotografar placas interessantes. Importante: a velocidade é controlada por patrulhas que surgem do nada, quase que de uma terceira dimensão, então mantenha sempre o limite indicado pelas placas ou você será abordado por uma viatura policial exatamente como nos filmes.

5. É simples ser feliz
Na Califórnia, você não precisa de muito para ser feliz. Estar lá já te faz feliz naturalmente. Ver o pôr-do-sol em uma praia, caminhar pelas ruas das cidades, apreciar uma bela paisagem na estrada… Com uma bike e uma boa dose de disposição, é possível fazer um dos melhores passeios de toda a viagem, como o que fizemos em San Francisco. Foram pedaladas cinematográficas saindo do Golden Gate Park, lindo por si só (eles se orgulham de dizer que o parque é maior que o primo famoso de New York, o Central Park). Curtindo cada parada de cair o queixo. Com as mais variadas vistas da ponte Golden Gate, finalmente a cruzamos, voltamos pelas praias e devolvemos as bicicletas já perto do Píer 39. As dores chegam no dia seguinte, mas servem para lembrar cada emoção. Já na estrada, cada paradinha nos mirantes voltados para o Pacífico é um cenário especial para aquele abraço. Simples assim.


6. Alimento para uma alma da areia e do mar
Como boa carioca, não fico longe de uma praia. A Califórnia tem cada uma mais linda que a outra e um clima muito agradável, com aquele céu quase sempre azulzinho, sem nuvens! Muitas praias possuem um píer legal de madeira com diversas atrações – como vi em Santa Cruz, Santa Bárbara, Santa Mônica (o mais famoso), Malibu… É como estar em um filme! Já em Venice, conheci a praia mais insana da minha vida: rodeada de artistas de rua bizarros, gente exótica, lojinhas de camisetas divertidas e pequenos estabelecimentos que vendem Cannabis, liberada para fins medicinais na Califórnia. É lá que está uma das pistas de skate mais legais que já vi, e que faria brilhar os olhos da garotada do Parque de Madureira.




7. Luz, câmera (educação, cultura, arte)… Ação!
Qualquer canto da Califórnia é uma locação em potencial. Não é raro topar com gente famosa, gravações ou qualquer coisa do mundo do cinema – em Venice Beach, por exemplo, vi Justin Bieber e aquele chinês de “Se beber, não case” nas filmagens de um longa besteirol, por exemplo. Já em Malibu, havia toda uma estrutura de filmagem, com aqueles paredões azuis para inserção de imagem em pós-produção, montada no meio de um estacionamento super comum. Os sonhos do cinema ganham forma assim, no meio da rua!
As opções de passeios culturais, científicos, com foco em educação, são muitas! Eu brinco que é fácil para o jovem gostar de estudar nos EUA quando se tem, por exemplo, um aquário como o de Monterey. Nesse lugar mágico, qualquer adulto consegue virar uma criança maluca querendo tirar foto com uma água-viva ou passar a mão em uma arraia. É como estar no mundo de “Procurando Nemo”. Os recursos tecnológicos e engenhocas tornam o aprender muito gostoso e natural: o que era aquele relógio ‘natural’ posicionado estrategicamente no Observatório, em Los Angeles, que mostrava a hora exata de acordo com o raio solar incidindo sobre ele?! (#nerd)



8. Nham, nham: a gastronomia californiana!
Essa parte é uma das melhores de qualquer viagem, não é mesmo? Uma das coisas mais gostosas da Califórnia é apreciar os frutos do mar. Em São Francisco, comi o melhor fettucini com salmão e camarão DA VIDA. Em San Diego, arrisquei uma massa com coisas-moles-não-identificadas-com-gosto-próximo-ao-do-camarão, que depois descobri que era uma ‘carne’ de uma espécie de caramujo… Mas tudo bem, eu não sabia disso antes, então estava tudo ÓTIMO! É claro que existem opções mais comuns, como as comidas chinesas que lembram um pouco a dieta brasileira (arroz, legumes, frango, carne etc.). Adoro o Orange chicken da rede de restaurantes Panda Express – mesmo sendo intolerante à pimenta, esse eu aguento! Uma coisa legal da Califórnia é que eles são muito preocupados com a saúde, bem-estar, boa forma… Então não é difícil achar um arroz integral e uma boa saladinha também, por exemplo.
9. Pertinho do nada que é tudo
Já que está lá, não custa dar uma fugidinha para conhecer o incrível deserto de Mojave. A paisagem é surpreendente e as coisas que você encontra no caminho também – como cidades fantasma do velho oeste e um lugar chamado Zzyzx (acredite, existe). Vá ao banheiro antes, leve comidinhas, água e abasteça o tanque até o topo, porque você dirige longas distâncias sem ver nada no caminho, apenas a paisagem, bolas de feno rolando pelo acostamento e a estrada rumo ao horizonte! Cruzando para o estado de Nevada, você chega à fabulosa Las Vegas, construída exclusivamente para fazer você se divertir e esquecer o mundo real. Não se assuste com as velhinhas bebendo uísque às 6h da manhã no cassino nem com os bêbados fazendo bundalelê na rua – em Vegas, quase tudo é possível. As leis americanas se aplicam (em teoria) à cidade, mas é como se as autoridades fingissem que não veem, sabe?


Um dos pontos altos dessa parte da viagem é esticar até o estado do Arizona para conhecer o Grand Canyon… Deslumbrante! No meio do caminho, você ainda conhece Dolan Springs, uma cidadezinha no deserto onde tudo é unitário: um salão de beleza, uma escola, um quartel de bombeiros (que é voluntário haha)… Uma curiosidade é ver o ar-condicionado das casas do deserto, que ficam no telhado e usam um mecanismo “ultra hard” para ventilar as casas naquele clima de baixíssima umidade.

10. Do bem
Como eu mencionei, a Califórnia é um lugar onde as pessoas se preocupam bastante com uma alimentação saudável e natural, livre de substâncias artificiais, agrotóxicos etc. A prática de esportes é bastante difundida, tem sempre alguém correndo, andando de bike, fazendo yoga no meio da praça…Vi até campos de futebol que lembram alguns da Zona Sul do Rio. A qualidade de vida, definitivamente, é prioridade. Não tem como não se sentir bem em um lugar assim. As pessoas parecem mais felizes, sei lá. É claro que existe, por outro lado, o culto ao corpo e as pressões de um local que vende imagem e sonhos hollywoodianos para o mundo inteiro… Mas essas são escolhas de alguns. No geral, é possível ser feliz e saudável de forma simples. Um dia eu volto novamente, Califórnia, para continuarmos nossa história de amor!

SOBRE A AUTORA:
Fernanda Carneiro é carioca, jornalista e trabalha no segmento de comunicação corporativa. Seu coração está sempre dividido entre os mundos empresarial e artístico. Ama prestigiar bandas ao vivo, sejam conhecidas ou do cenário independente brasileiro, na companhia do namorado Rodrigo, músico e advogado, com quem divide aventuras há oito anos. Quando não está trabalhando, sempre busca fazer coisas agitadas – desde aulas de natação a kung-fu e artes circenses. Para ela, escrever e viajar são essenciais para a vida, praticamente sinônimos de felicidade plena, bem como um estilo de vida simples e saudável.
PS: Quem quiser saber mais sobre a Califórnia, pode ler nosso outro post, o Road trip na Califórnia: 20 dicas imperdíveis. E quem quiser sugestões de trilha sonora perfeita para essa viagem pode pegar as dicas no nosso post Playlist: As 10 melhores músicas de viagem dos Red Hot Chili Peppers. Afinal, tem música com mais cara de viagem pelo Golden State do que as dessa banda californiana tão querida? 😉
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Em q época do ano (estação do ano) vc foi p/ Califa??? Tô indo p/ lá amanhã e parece q tá bem frio, tô indo no inverno deles, verão p/ nós brasileiros… e quanto ao fuso horário, como vc fez p/ se acostumar???
Oi, Luisa! A Fernanda foi para a Califórnia no final de setembro, ou seja, durante o outono. A temperatura lá nessa época é fresquinha e pede um casaquinho de vez em quando. Em relação ao fuso horário, a dica é minha mesmo: o melhor jeito de se acostumar é procurar logo de cara seguir os horários locais, mesmo que pareça estranho no começo. Por exemplo: na Califórnia, agora, são 6 horas a menos do que aqui, então você quando chegar lá vai sentir sono de noite bem antes de quem mora lá, mas o melhor é você fazer um esforço para dormir e acordar na mesma hora que as pessoas do local, assim você acostuma logo com a diferença de horários. Faço isso em todas as minhas viagens – inclusive pra Ásia, que tem uma diferença de fuso bem maior – e costuma dar certo. 😉 Boa sorte e boa viagem, a Califa é o máximo, você vai amar!