3° dia da Expedição Jalapão Venturas: Fervedouro do Ceiça e pôr do sol nas dunas

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dunas do jalapão viajadora
As dunas e a serra do Espírito Santo ao fundo

O terceiro dia da Expedição Jalapão foi o mais revelador em relação ao ecossistema da região, porque tivemos a tão aguardada oportunidade de visitar um dos vários fervedouros e as dunas que aparecem em todas as fotos de divulgação da viagem. Isso sem falar no fato de que foi o primeiro pernoite em camping totalmente selvagem, coisa que todos os participantes estavam tão animados para experimentar (e não decepcionou!).

Fervedouro do Ceiça e banho no Rio do Carrapato

Levantamos acampamento cedo e, depois de cerca de uma hora de caminhão desde o Povoado do Mumbuca, chegamos em um dos fervedouros mais conhecidos do Jalapão, o do Ceiça.  Esse é o que a maioria das agências visita, mas existem vários outros e uma das agências, inclusive, possui um fervedouro particular e nem achamos isso legal.

fervedouro do ceiça viajadora jalapão
Fervedouro do Ceiça

No do Ceiça só podem entrar seis pessoas por vez com tempo limitado, para não virar bagunça, e a sensação é muito engraçada: você vai entrando normal e de repente afunda momentaneamente num remexido de água que imediatamente começa a te empurrar, e aí não adianta tentar afundar de jeito nenhum, porque a força da nascente te  empurra para cima de novo. Então você fica lá flutuando naquela água verde translúcida, sem nem fazer ideia da profundidade e em meio a uma cortina de areia muito fina e clara que massageia o corpo e gruda até no útero da gente. Daquelas experiências únicas que você tem em lugares específicos do mundo e fazem viajar ser tão bom, sabe?

meninas no fervedouro do ceiça viajadora jalapão
Água transparente e areia borbulhante
Vista do céu do Fervedouro do Ceiça
Vista do céu do Fervedouro do Ceiça

Tão bom quanto conhecer o fervedouro foi entrar em seguida no Rio do Carrapato, um riozinho estreito lá do lado, com uma correnteza bem forte e útil para ajudar a tirar a areia. O rio é cercado de mata, formando um cenário mágico, e no ponto em que entramos tinha um tronco atravessado que foi a diversão do pessoal, bom para subir, se pendurar e pular na água. Não dava nem vontade de ir embora dali!

rio do carrapato jalapão viajadora
O rio do carrapato é lindo, mui

Conhecendo a história do Jalapão e almoçando na cidade de Mateiros

Depois de toda essa atividade no fervedouro, a próxima parada é a cidade de Mateiros, uma região muito quente bucólica onde fica integralmente sediado o Parque Estadual do Jalapão e boa parte das atrações da região. Lá na sede, um grupo de funcionários bem simpáticos recebe os visitantes e faz uma pequena apresentação sobre a história do parque e o ecossistema da região. Sei que isso pode até soar meio chato, mas vale a pena assistir porque realmente se aprende bastante e a apresentação acaba logo antes de a gente começar a ficar entediada.

Em seguida, um almoço muuuito farto e gostoso de comidas típicas no restaurante improvisado na casa de uma moradora, arrematado por um sorvete na sorveteria da cidade – que a gente aconselha demais – com direito a banho de mangueira para refrescar antes de seguir viagem no Mamute.

Mateiros Jalapão Viajadora
Dá pra sentir a quentura de Mateiros pela foto?

Que por do sol nas dunas!

A visita às dunas é programada para coincidir com o por do sol, por isso chegamos lá por volta das 16h30 e fomos direto lá para cima apreciar. Só a chegada de caminhão nos arredores já é espetacular e deixa todo mundo encantado: avistamos uma das veredas, o tão famoso oásis no meio da secura do cerrado, onde um lago lindo reflete a beleza da Serra do Espírito Santo e todas as cores do céu de fim de tarde. Em volta, muitos pássaros e a natureza absoluta, praticamente sem sinal de vida humana a não ser as nossas exclamações maravilhadas.

chegando nas dunas do jalapão
Água à vista
oásis no cerrado jalapão
O oásis no cerrado

As dunas se formam pela erosão da Serra do Espírito Santo, com a areia dourada acumulada aos poucos pela ação do vento durante milhares de anos, formando uma inusitada visão típica de praia bem no meio do deserto. Elas chegam a cerca de 30m de altura e a vista lá de cima, de toda a área ainda intocada do Jalapão, é simplesmente deslumbrante. Corremos, pulamos, fizemos muitas fotos, aproveitamos ao máximo o fato de estar ali.

Dunas Jalapão Viajadora
São cores e mais cores!
As dunas e a serra do Espírito Santo ao fundo Jalapão Viajadora
As dunas e a serra do Espírito Santo ao fundo
dunas do jalapão viajadora 2
O outro lado da duna… uma imensidão e só a gente por lá
Viajadora nas Dunas do Jalapão
Xis!
pulando nas dunas do jalapão
1, 2, 3 e…. pula!!
mari e thais viajadora dunas jalapão
Foto conceito 😛
por do sol nas dunas do jalapão viajadora
Um espetáculo de pôr do sol
por do sol dunas jalapão
Orientando a fotógrafa! haha

Aqui vai um videozinho que fizemos por lá, pra quem quiser sentir o que foi este momento.

E no momento em que caminhávamos de volta para o caminhão, fomos surpreendidos pela beleza do céu no anoitecer, todo rajado por uma gama de tons de azul, laranja e violeta, num espetáculo breve de beleza quase mística, que logo deu lugar a uma infinidade de estrelas e àquele cheiro tão familiar do anoitecer no meio do mato.

fim do dia no jalapão
!!!
caminhão anoitecer jalapão
<3

Acampamento selvagem na Praia do Liliu

Chegamos na praia do Liliu quando já era noite fechada. O lugar do acampamento era uma área descampada nas margens do Rio Novo e cada dupla poderia montar sua barraca onde quisesse. Colocamos a nossa nas margens do rio e depois todo mundo foi tomar banho nele, no breu absoluto. Isso de tomar banho de rio, aliás, foi uma das coisas de que mais gostei na expedição e sinto falta… é uma sensação de liberdade e contato com a natureza muito boa, e por incrível que pareça, você sai se sentindo bem mais limpo do que no chuveiro, talvez pelo fato de que a água do rio é mais pura, sem toda a química da água da cidade. Isso sem falar na diversão que é todo mundo tomando banho junto, rindo e falando besteira.

Foi lá que tivemos nosso primeiro contato com o incrível banheiro portátil do acampamento, algo que por si só foi um verdadeiro evento na viagem (acredite, faremos um post só sobre isso! hehe). Em seguida, os guias montaram a cozinha e começaram a preparar a refeição. Algumas das pessoas (como nós) ficaram ajudando no divertido preparo da comida, enquanto outras descansavam e conversavam em torno da fogueira. Eu queria muito escrever aqui o que teve para o jantar, porque foi uma refeição simplesmente surpreendente e chiquérrima, algo que você nunca imaginaria que comeria em um acampamento selvagem. Mas como os guias pediram para a gente não contar para não estragar a surpresa, vamos respeitar porque realmente é mais legal assim. Então, sobre isso, só posso dizer que são usados ingredientes fresquinhos, de primeira categoria e o jantar tem nível de restaurante sofisticado, mesmo. Prepare-se para ser positivamente surpreendido se você viajar com a Venturas (e não, não estão nos pagando para falar isso, é espontâneo e de coração, porque ficamos realmente fascinadas).

acampamento praia do liliu jalapão
Nossa base do acampamento, e os guias começando a preparar o jantar
comida acampamento praia do liliu jalapão
E a galera também mete a mão na massa, se quiser 🙂
caixa bomba banheiro acampamento jalapão
Tcha-rã: nossa amiga, carinhosamente chamada de “Caixa-Bomba”

E para encerrar, um videozinho só para mostrar o clima legal que foi preparar o jantar no acampamento selvagem da Praia do Liliu:


Confira nossos outros posts sobre a Expedição Jalapão:

Jalapão – Uma visão geral sobre a expedição

1° dia da Expedição Jalapão: muito chão e o pôr-do-sol na Serra do Gorgulho

2° dia da Expedição Jalapão Venturas: Cachoeira do Formiga e povoado do Mumbuca

4° dia da Expedição Jalapão Venturas: O início do rafting pelo Rio Novo

5° dia da Expedição Jalapão Venturas: Rafting com corredeiras nervosas, uhul!

Último dia da Expedição Jalapão Venturas: Cachoeira da Velha e as corredeiras mais radicais


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