16 dicas para acampar no Alasca

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Viajadora: Thaís montando barraca para acampar no alasca

Enquanto por aqui muita gente acha que acampar é coisa de adolescente ou de quem não tem dinheiro pra ficar em hotel, no Alasca essa é uma das atividades favoritas no verão, muitas vezes chegando a ser a grande atração do passeio. Por causa disso, existe uma excelente infraestrutura de camping por lá, além de os equipamentos e acessórios serem muito mais baratos e fáceis de encontrar em qualquer loja.

Em nossa viagem pelo estado, de fato optamos pelo camping principalmente por sair muito mais em conta do que ficar em hotéis. Para se ter uma ideia, enquanto em julho de 2013 a média de diária de casal em um hotel ou bed & breakfast furreca era de uns U$ 150, não pagamos mais de U$ 25 no camping mais caro de todos. E não sofremos nem um pouquinho: como não costuma chover muito no verão e a infraestrutura é ótima, a chance de se passar aqueles perrengues que quem acampou em Ilha Grande ou Ubatuba bem sabe, como encarar lamaçal e falta de luz, é praticamente nula.

Então, economia com conforto, o que pode ser melhor? Se você for viajar pelo Alasca, realmente aconselho acampar sempre que possível, não só para economizar como para estar em contato com a natureza e conhecer um pouco mais da cultura local.

Para dar tudo certo, confira aqui algumas dicas para se acomodar muito bem em uma barraca nas florestas do mais remoto estado americano:

– Chegue cedo ou reserve lugar: Os campings são tão populares que as vagas esgotam bem rápido. Por isso a boa é chegar de manhã cedinho para pegar um bom lugar ou mesmo reservar com antecedência.

Viajadora: Montando acampamento no Alasca
Dependendo do lugar, dá pra parar o carro bem pertinho da barraca. Essa foto é no camping público da cidadezinha de Talkeetna

– Conforto: Se você está viajando pelo Alasca, provavelmente está de carro. Então, aproveite o espaço no veículo pra levar cobertor, colchão inflável e todas aquelas coisas confortáveis que não dá pra levar quando é preciso carregar tudo em uma mochila.

– Bebidas: É uma boa, também, levar um cooler com bebidas para se distrair no camping. Vodka e suco de cranberry são os campeões, mas lembre de beber em copos escuros, daqueles que não mostram o que há no interior, porque não se pode tomar bebidas alcoólicas em público nos EUA.

– Acampar e fazer trilha: Já se o acampamento for durante uma trilha, a dica muda para levar o mínimo de coisas possível, já que estará carregando no lombo tudo o que vai usar. Para isso, vale apelar para os equipamentos high tech à venda em lojas especializadas, como sacos de dormir super quentes e leves. (Se precisar, aqui tem uma dica de loja perfeita em Anchorage onde dá para comprar tudo  por ótimos preços. Aproveita e dá uma olhada no Manual de sobrevivência para trilhas no Alasca também)

– Verifique as regras para o lugar onde vai acampar: Algumas florestas têm cabanas de madeira públicas onde quem está fazendo trilhas pode pernoitar. No entanto, não é só chegar e se instalar, geralmente é preciso pedir permissão na sede do Parque Nacional (se for o caso) ou na autoridade administrativa do lugar, até mesmo para ver se já vai ter gente. Mas nem vai pensando que é molezinha: apesar de ser um teto, essas cabanas não têm luz elétrica, aquecimento nem banheiro.

– Comidas secas: Para comer em camping, tanto selvagem quanto com infraestrutura, a boa é levar comidas secas e leves, que não precisam ser refrigeradas nem pesam muito, mas alimentam. Eu adoro Beef Jerky (um tipo de carne seca que parece comida de cachorro e vende em todo lugar nos EUA, muito feia mas gostosa e rica em proteínas), sanduíche de pasta de amendoim, pretzels e trail mix (uma mistura que todo mundo ama no Alasca, de frutas oleaginosas – castanhas, nozes, amêndoas, etc, frutas secas e M&M).

– Leve água: Se o camping for em áreas selvagens, como no Parque Nacional Denali, por exemplo, você não vai achar nem água da bica para beber – em alguns lugares, só tem álcool gel no banheiro – e claro, nenhum lugar perto do camping em que possa comprar, então lembre de levar bastante água (e comida também, claro!).

– Higiene: Em lugares frios a gente sabe que a galera não é muito chegada em banho e nos campings não é diferente. Então, embora praticamente todos tenham ótimos banheiros, eles não possuem chuveiros. E aí, ou é aderir à moda ou procurar hotéis na região que vendam banhos avulsos, algo bem comum – em Talkeetna, por exemplo, o hotelzinho Talkeetna Roadhouse, além de vender o melhor café da manhã do Alasca, aluga os chuveiros por preços bem acessíveis.

Avisos no camping sobre os cuidados necessários para não atrair ursos
Avisos no camping sobre os cuidados necessários para não atrair ursos

 – Não atraia os ursos: Eles são uma presença comum no Estado e vão atrás de qualquer coisa que tenha um cheiro remotamente comestível, como cosméticos e pasta de dente, além da comida, claro. Por isso, se quiser evitar encontros com ursos famintos e manter todos os seus membros, deixe todas essas coisas no carro ou nos abrigos anti-ursos existentes nos campings.

– Seja capaz de espantar os ursos: Além de tomar cuidado para não atraí-los, certifique-se de ter um spray anti-urso para espantar o bicho caso seja preciso (se ele resolver te perseguir quando você levantar de noite para ir ao banheiro num camping selvagem, por exemplo). Pode até soar engraçado, mas é bem sério, então não se aventure pelas matas sem ter proteção nem ter lido as orientações necessárias para o caso de encontros tensos com a vida selvagem. Praticamente todos os panfletos e áreas turísticas têm essas informações.

– Beba pouca água na hora de dormir: Essa dica é besta, mas pra mim vale muito porque bebo muita água normalmente e geralmente levanto durante a noite pra fazer xixi. Nada pior do que fazer isso tendo que carregar um spray anti-urso e com medo de ser devorada viva, então quanto menos você sair da barraca à noite, melhor.

– Luz: O melhor do verão é que não é preciso levar lanterna nem nenhum tipo de iluminação artificial, já que não escurece à noite. Mas se você for uma pessoa fresca para dormir, leve uma daquelas máscaras que o povo usa em avião. Eu prefiro vodka mesmo, mas cada um sabe o que ajuda a dormir melhor, né.

– Repelente: No verão todo mundo fica animado por lá, inclusive os mosquitos nas margens de rios e nas florestas. Então nem cogite a possibilidade de acampar sem levar um bom repelente.

– Mantenha suas roupas secas: Se molharem, dificilmente você vai conseguir que sequem durante o camping. Então, use uma mochila impermeável e guarde as peças de roupa dentro dela em sacos separados, para proteger de eventuais chuvas. Eu gosto de guardar as blusas num saco, as calças em outro, os casacos noutro… assim elas não só ficam sequinhas, como é bem mais fácil de achar na confusão da barraca.

 – Ofereça ajuda: Nos ambientes de camping do Alasca, as pessoas gostam de puxar conversa e sempre se oferecem para ajudar os vizinhos a montar a barraca e arrumar as coisas. Então, além de ser de bom tom se oferecer para ajudar também, é uma ótima oportunidade de conhecer gente legal e, quem sabe, ser convidado para assar uns marshmallows em volta da fogueira.

– Se comporte feito uma pessoa civilizada: Eu nem deveria precisar comentar isso, mas pela minha experiência com camping no Brasil, é fácil perceber que, infelizmente, somos gente barulhenta e pouco preocupada com o bem estar alheio. Então, é bom lembrar que nos EUA é diferente, e o povo realmente obedece as regras e se preocupa em manter a área limpa e fazer silêncio depois das 10 da noite. Se você não se comportar, vai ser posto na rua sem pena.

Se quiser ler mais sobre o Alasca, também tem esses posts:

Mas… mas… o que você vai fazer no Alasca?

Safari no Denali Park: em busca dos “Big 5″ do Alasca

Manual de sobrevivência para trilhas no Alasca

Remando nas cavernas de gelo de Valdez, Alasca

De molho nas águas termais de Chena Hotsprings

A loja mais legal de Anchorage: REI

A melhor pizza do mundo fica muito longe daqui

Comentários

10 COMENTÁRIOS

  1. Olá equipe do viajadora,

    Meu nome é Alessandro e estou com um sonho faz um tempo incontrolável de de conhecer o Alasca e cada dia alimento ainda mais esse sonho e pretendo concretizar antes de morrer. O local como meta é o Parque Nacional Denali onde você justamente comentou sobre ser uma areá selvagem.

    Eu venho alimentando esse sonho de depois te ter visto um filme depois o livro sobre um rapaz que infelizmente veio a óbito no Parque depois de 100 dias. Acho que você deve conhecer, o nome do filme se chama “Into the Wild.” e o nome do rapaz é Christopher McCandless, é realmente uma história linda e comovente, mas a história dele não vem ao caso agora.

    Não sou nenhum aventureiro que sempre acampa, minhas últimas vezes foi com minha mãe aqui no Brasil mesmo (eu era criança) e chegamos acampar em barracas mesmo. Talvez vou mês que vem depois de velho, mas já é mais legal que venho estudando e criando planilhas de itens essências.

    Eu estou com muitas dúvidas ainda e vou separar pergunta por pergunta pra você responder ou pelo menos tentar me ajudar com algum livro ou site (já estaria muito agradecido). Como eu não sei se você foi de carro do Brasil até o Alasca vou fazer as perguntas em base de como você tivesse saído do Brasil até o Alasca. Se seu ponto de partida foi de outro local por favor comente pra mim, pois já sera uma base.

    -Vocês tiveram que em cada país trocar o dinheiro e pagar algo né, a fronteira por exemplo
    -Como que foi o processo do dinheiro em cada país?
    -Como que funciona a passagem pelas fronteiras de carro?
    -Vocês (seu grupo) precisaram de alguma coisa ou tiveram alguma dificuldade pra conseguir a entrada pelos países? (Tenho medo de chegar nos Estados Unidos por exemplo e eles não me liberarem).
    -De carro eu chegando no Alasca eu posso ficar o tempo que quiser acampado?
    -E se eu programar ir de avião eu não posso ficar muito tempo né? Só o tempo estabelecido no pacote da viagem no caso.
    -Ao todo qual foi o custo da viagem ida e volta mais o menos? Só pra mim saber como base.

    Muito obrigado de qualquer forma.

    Att,

    Alessandro.

  2. Oi, Alessandro!

    Como você, eu também tinha há muito tempo esse sonho de conhecer o Alasca, e também já vi o filme, li o livro e tudo mais que consegui encontrar sobre o Christopher McCandless. 🙂 O Alasca é um lugar fantástico, ainda muito selvagem e totalmente diferente da maioria dos lugares turísticos por aí. Vale muito a pena ir mesmo!

    Eu não fui de carro, fui de avião do Rio de Janeiro para Anchorage, a principal cidade do Alasca. De lá, eu e um amigo morador de Anchorage fomos viajando no carro dele por todas as cidades que queríamos conhecer. A viagem é bem tranquila e as estradas são ótimas. Em relação a ir de carro do Brasil, você iria precisar de muito planejamento e um carro bem resistente, além de muitos dias de viagem, porque é super longe. Se você tem pouco tempo e experiência nesse tipo de viagem, é melhor ir de avião mesmo. Comprei a passagem na promoção por U$ 1.200 em 2013, e não fui em pacote nem excursão, decidi minha viagem de forma independente lá.

    Para entrar nos EUA você vai precisar do visto americano, que te dá direito a ficar no país por até 6 meses, independente de chegar de carro ou de avião. Você pode ver mais sobre como tirar o visto e o tempo de permanência no país no site oficial da embaixada americana: https://usvisa-info.com/pt-br/selfservice/ss_country_welcome

    Ao comprar a passagem de avião, você escolhe o dia que quer ir e quando quer voltar, então é você que decide quantos dias vai ficar, mas não pode ultrapassar o período que o seu visto permitir, para não ficar ilegal lá. Sobre acampar nos parques do Alasca, não tem limite de tempo, é a sua vontade. Neste link aqui https://www.viajadora.com/category/pelo-mundo/america-do-norte/estados-unidos/alasca/ tem outros posts com mais informações sobre acampar lá e lugares para visitar, acho que podem ser úteis para você.

    Planejando direitinho, tenho certeza de que você fará uma ótima viagem por lá. O Alasca é fantástico e vale demais a visita.
    Boa sorte e me avise se eu puder ajudar em algo mais 🙂

    Thaís

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